2008/12/28

Eleições para a Direção Já!


Estou junto com o clamor que se levanta (acredito que no Brasil) pelas tão almejadas Eleições para Direção das Escolas. Vamos ver se os novos governos pelo Brasil afora estarão sensíveis à Educação de qualidade, que se começa despolitizando (ou melhor, despartidarizando) as escolas.

2008/11/10

O que é oração para mim?

Para mim, oração é antes de tudo falar. Mas como posso significar este falar? Bom, falar pressupõe a alteridade, ou seja, um outro, ou melhor, o outro, diferente de mim. Interessante notar, mesmo quando falo comigo mesmo, faço um distanciamento e, assim, tenho um outro, alteridade em mim. Agora, este falar também pressupõe ouvir para falar novamente, portanto diálogo. A oração nestes prismas: falar, ouvir, dialogar, etc. Temos, então, a condição “sine qua non” da relação. Falar, escutar, dialogar é colocar-se, portanto, em relação.
Agora cabe perguntar sobre a qualidade da relação! Toda relação configurar-se-á de acordo com o nível de abertura de cada um. Abertura esta que consequentemente afeta e é afetado, troca, “discorda/concorda”, “análise/síntese”, dialética, reciprocidade. Estar aberto proporciona duas conseqüências: amizade e inimizade.
Em relação a Deus é impossível esconder qualquer coisa, portanto a relação verdadeira é a honesta. Na minha relação com Ele, a abertura proporcionou amizade. E para que ela continue verdadeira, assumo as implicações: alegrias, tristezas, companheirismo, brigas, confiança, confidências, “acordos”, petições, comportamento, etc. Já a inimizade é o total contrário, chegando ao seu ápice na indiferença. Na indiferença não há mais abertura, não há mais relação, pois não há mais existência da presença, em fim, findou-se a oração num silêncio voltado ao nada.
Concluindo, oração para mim, e que cultivo, está sustentado nos conceitos supra. Na oração, estou em relação direta com meu melhor amigo: Deus. E só o que me importa é estar com meu amigão, Deus, e nada mais. Na chamada relação dita “bancária”, acumula-se méritos e deméritos em vista de interesses de ambas as partes (Salvação/Condenação, Graça/Desgraça, etc). Digo com toda pureza d’alma: se meu amigo possui algo de valor que possa proporcionar-me positividade, não me interessa pois a amizade é mais importante por ser quem Ele e isso é o que é fundamental para mim, a presença dEle e relação com Ele e não o que ele possui. Agora, por tudo que externei, se alguém discorda por não estar de acordo com os cânones estabelecidos para normatizar à oração e/ou estabelecido informalmente pelos parâmetros pentecostais à oração, paciência! Eu e meu amigão Deus nos entendemos bem assim e isso é o que importa.

2008/11/01

Carta Mortuária Pe. Ralfy Mendes de Oliveira (SDB)


O que se pode dizer do Pe. Ralfy? Tarefa não muito fácil, pois testemunhar sobre a vida de uma pessoa em que ficam evidenciadas mais as qualidades do que os “defeitos“, acaba por levantar suspeita sobre a veracidade de tal empreendimento, como das linhas que são escritas por este que as delineia. Mas como reza a compreensão da hermenêutica contemporânea: toda tomada de posição já é a eleição de posição por parâmetros fenomenológicos vivenciados e interpretados/compreendidos por um ente existencialmente em construção: com historidade própria, visão de mundo e experiência situada. Por isso, parte-se de um ponto, para fazer os desdobramentos necessários à explanação de uma relação temporal, que delineia a perspectiva adotada. Ou seja, ter sido amigo do Pe. Ralfy compromete uma neutralidade epistemológica, haja vista ser impossível ao humano.
Pe. Ralfy foi um homem que encarnou a máxima “ser sinal e portador do amor de Deus (...)”, não somente aos jovens, tampouco só, aos mais pobres, mas a todos os filhos de Deus. No limite de suas condições impostas pela idade, Pe. Ralfy, muito alegremente fazia-se disponível ao chamado a colaborar na formação intelectual, espiritual e ético-moral dos que conseguia alcançar pelos meios a ele disponíveis: seja através das homilias, palestras, administração de sacramentos (com destaque ao da Reconciliação), pelos livros que escrevia para a CNBB e demais editoras que se dispunham em publicar suas idéias.
Pe. Ralfy revelou-se um “cordeiro no confessionário” (refletindo a mansidão e misericórdia de Deus) e “um leão no púlpito” (um profeta que anunciava o Reino do Senhor e denunciava as injustiças que desfiguram a imagem de Cristo nos seres humanos).
Aos egressos da Vida Religiosa e/ou Eclesiástica, seja como aspirante (em vias de processo for-mativo) ou efetivamente professo e/ou ordenado, Pe. Ralfy nutria uma atitude de profunda caridade, atra-vés da acolhida, do respeito, da solidariedade e acompanhamento à recolocação ao seio social e eclesial dos mesmos.
Como delegado para animação da Família Salesiana em municípios das Regiões Norte, Noroeste Fluminense e Lagos, mostrava-se solícito em atender, orientar e animar os vários ramos da Família Salesiana, com destaque para a Associação dos Salesianos Cooperadores nos respectivos Centros em Campos dos Goytacazes, Itaperuna, Macaé e Rio das Ostras; destaque também para o trabalho junto às Filhas de Maria Auxiliadora, Voluntárias de Dom Bosco, Devotas de Maria Auxiliadora, Ex-alunos e Amigos de Dom Bosco. Mostrava-se alegre e gratificado quando recebia o convite de promover encontros de formação por parte da Equipe de Catequese da Comunidade eclesial que freqüenta a Igreja de Nossa Senhora Auxiliadora do Instituto Dom Bosco (Colégio Salesiano de Campos dos Goytacazes/RJ), lugar onde ele próprio residia; era um testemunho de vida que refletia encarnadamente a idéia de que a evangelização fundamental acontece em “casa”, sobretudo ao entorno.
Para encerrar, pode-se afirmar que Pe. Ralfy foi um outro Cristo, com o jeito de Dom Bosco, que se fez presença amiga e fraterna no nosso meio. Verdadeiramente nos dizeres de São Francisco de Sales: “Eu devo florescer onde Deus me plantou”, Pe. Ralfy não somente floresceu, como perfumou e espalhou as sementes do Reino de Deus em nossas vidas, memória e coração.