2009/02/25

Campanha da Fraternidade 2009 - CNBB

Hoje, dia 25/02/2009, com a celebração das cinzas inicia-se na Igreja Católica no Brasil, pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB, a Campanha da Fraternidade. Recomendo o site (http://www.cnbb.org.br/ns/modules/mastop_publish/?tac=623) onde encontramos um rico material para darmos impulso à Campanha. Abaixo retirei do site da CNBB e re-formatei e resumi pontos elucidativos para nos inserirmos ao clima da CF-2009:


CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2009
FRATERNIDADE E SEGURANÇA PÚBLICA
“A paz é fruto da justiça” (Is 32, 17)
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil

CAMPANHA DA FRATERNIDADE
* É uma campanha quaresmal, que une em si as exigências da conversão, da oração, do jejum e da doação
* Convoca os cristãos a uma maior participação nos sofrimentos de Cristo como possibilidade de auxílio aos pobres
* início na quaresma e ressonância no ano todo (Cf. CNBB, Pastoral da Penitência, Doc. 34, nº. 4.3)
* É um grande instrumento para desenvolver o espírito quaresmal
— conversão,
— renovação interior
— ação comunitária em preparação da Páscoa.
* Meio para viver os três elementos fundamentais da espiritualidade quaresmal:
— Oração
— Jejum
— Esmola
* A CF é especialmente manifestada na evangelização libertadora,
— clama a renovar a vida da Igreja
— a transformar a sociedade,
— a partir de temas específicos, tratados à luz do Projeto de Deus.
* Chamado à conversão,
* incentiva a prática de gestos concretos de fraternidade
* transformando situações injustas e não cristãs
* Atualizadora da mensagem de Cristo
— nos leva a penitenciar e agradar a Deus:
— repartir o pão com quem tem fome
— dar de vestir
— libertar os necessitados/excluídos
— promover a todos
* Objetivos permanentes:
— Despertar o espírito comunitário e cristão no povo de Deus, comprometendo os cristãos na busca do bem comum;
— Educar para a vida em fraternidade, a partir da justiça e do amor, exigência central do Evangelho;
— Renovar a consciência da responsabilidade, de todos, na Evangelização, na promoção humana, em vista de uma sociedade justa(Justiça e Inclusão social) e solidária.

TEXTO BASE

INTRODUÇÃO
* CF e tempo da quaresma
— Oração, jejum, esmola, penitência e conversão
— Vida comunitária
— Escuta da Palavra
— Participação nos Sacramentos
— Fraternidade e segurança pública
— Fortalecimento do espírito quaresmal
* OBJETIVO GERAL
Suscitar o debate sobre a segurança pública e contribuir para a promoção da cultura da paz nas pessoas, na família, na comunidade e na sociedade, a fim de que todos se empenhem efetivamente na construção da justiça social que seja garantia de segurança para todos
* OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
1 – Desenvolver nas pessoas a capacidade de reconhecer a violência na sua realidade pessoal e social, a fim de que possam se sensibilizar e se mobilizar, assumindo sua responsabilidade pessoal no que diz respeito ao problema da violência e à promoção da cultura da paz
2 – Denunciar a gravidade dos crimes contra a ética, a economia e as gestões públicas, assim como a injustiça presente nos institutos da prisão especial, do foro privilegiado e da imunidade parlamentar para crimes comuns
3 – Fortalecer a ação educativa e evangelizadora, objetivando a construção da cultura da paz, a conscientização sobre a negação de direitos como causa da violência e o rompimento com as visões de guerra, as quais erigem a violência como solução para a violência
4 – Denunciar a predominância do modelo punitivo presente no sistema penal brasileiro, expressão de mera vingança, a fim de incorporar ações educativas, penas alternativas e fóruns de mediação de conflitos que visem à superação dos problemas e à aplicação da justiça restaurativa 5 – Favorecer a criação e a articulação de redes sociais populares e de políticas públicas com vistas à superação da violência e de suas causas e à difusão da cultura da paz 6 – Desenvolver ações que visem à superação das causas e dos fatores da insegurança
7 – Despertar o agir solidário para com as vítimas da violência
8 – Apoiar as políticas governamentais valorizadoras dos direitos humanos
* O texto utiliza o método VER, JULGAR e AGIR, consagrado pela Ação Católica, que tem se mostrado adequado para a missão profética da Igreja a partir da Campanha da Fraternidade

PRIMEIRA PARTE - VER

VIDA SEGURA
* A identidade nacional e a violência
* (In) segurança objetiva versus (in) segurança subjetiva
* Segurança humana e segurança pública
A REALIDADE HUMANO-EXISTENCIAL
* Ser humano – ser histórico
* Realidade
— Social
— Política
— Econômica
— Cultural
— Religiosa
RELAÇÕES HUMANAS
* Envolve todas as dimensões da existência
— Afetiva, psicológica, espiritual, social, política, econômica, cultural, religiosa
— Modo de ser, de pensar e de agir
* Realização de projetos, satisfação de interesses, necessidades, anseios e sonhos
* Podem ser humanizadoras, mas também desumanizadoras
RELAÇÕES SOCIAIS
* Dimensão social da existência humana
— Organização em comunidades
— A crise da modernidade – razão humana
— Permanência de valores que possibilitam novos caminhos
— Influência nos relacionamentos humanos
* Razões da sociabilidade
— Satisfação de necessidades
— Complexidade e novos problemas
— Ameaças externas, internas e formas de defesa
— Lógica do ódio e da vingança assumida até pelo Estado
O CONFLITO
* Entendendo o conflito
— Confronto entre duas posições diferentes que buscam a conquista da hegemonia
— Sadio – quando, para melhorar a vida das pessoas, revela a necessidade de algo novo
— Nocivo – quando, encarado de forma radical ou imatura, torna-se fonte de violência
* As origens do conflito
— Interioridade da pessoa humana
— Hierarquia de valores
— Não satisfação de necessidades pessoais e comunitárias
* Tipos de conflitos
— conflitos pessoais
— conflitos familiares
— conflitos sociais
* Caminhos para superação
— Capacidade de diálogo
— Legitimidade de instâncias mediadoras
— Identificação do problema real
— Delimitação da questão
— Clareza de critérios de análise
— Distinção entre consenso e demanda
— Compromisso com as decisões tomadas
— Compromisso ético
* Princípios para a concórdia
— o respeito à vida e à sua dignidade
— a prática da não-violência
— a prática da generosidade
— a defesa da liberdade de expressão e da diversidade cultural
— a preservação da natureza e seus recursos
— Plena participação das mulheres
— Respeito aos valores democráticos
A QUESTÃO DO MEDO E A PEDAGOGIA DO CONTROLE
* As origens do medo
— Origem natural
— Origem sócio-cultural
* Problemas de ordem econômica
* Catástrofes produzidas pela ação humana
* Decorrente de discriminações
* Violência
à Imposição da sociedade e do mercado
à Pressão psicológica que gera violência simbólica
— Origem religiosa
* O medo como meio de controle da violência
— Punição e repressão ameaçadora – ARE
— Controle e manutenção – AIE
* O medo como gerador da violência
* A indústria do medo
OS DISCURSOS SOBRE A VIOLÊNCIA
* A questão do ponto de partida do discurso
* O discurso a partir do lugar social
— Por condição social
— Por condição geográfica
* O discurso a partir do político-ideológico
* Os bens materiais e a criminalidade
A PIRÂMIDE SOCIAL E A CRIMINALIDADE
* A questão ética e o bem comum
— Sociedade elitista, materialista e consumista
— Distorção ética e discriminação social
* A impunidade nas altas rodas do crime
— Prisões especiais e cadeias comuns
— Escândalos públicos e impunidade
— Opinião pública – esse rouba mas faz
* O ECA e as medidas sócio-educativas
* A maioridade penal
— Sistema prisional e aumento da criminalidade
— Respeito ao ECA e resultados positivos
— Violação
à Da Constituição do Brasil
à Regras de Beijing
à Regras de Riad
à Pacto de San José da Costa Rica
* Foro privilegiado, prisão especial e imunidades
— Patrimônio e sociedade de privilégios
— Foro privilegiado
à Em alguns casos necessários
à Pode burlar a Lei e garantir a impunidade
— Perseguição contra os defensores da ética
— Crimes contra a ética, a economia e a gestão pública
* Quem são os criminosos?
— Infração legal e moralidade
— Relação entre a Lei e os valores do povo
* A desigualdade legislada
— Poder econômico, poder de mídia e controle dos poderes institucionais
— Legislação de privilégios que gera desigualdade
ENTENDENDO AS VIOLÊNCIAS
* Tipos de violência
— Violência estrutural
— Violência física
— Violência simbólica
* A violência no meio familiar
* A violência contra o nascituro e sua mãe
* Os meios de comunicação social
* A violência e os grupos sociais
* A violência do racismo
* A violência no campo
* A violência contra os povos indígenas
* A violência no trânsito
* A violência contra a natureza
* A violência contra os defensores de direitos humanos
* A violência policial e a violência contra policiais
VIOLÊNCIA, CORRUPÇÃO E INJUSTIÇA SOCIAL
* Concentração de renda
* Não satisfação das necessidades básicas
* Exclusão social e violência
* Escândalos e corrupção
* Busca de justiça pelas próprias mãos, sem respeito às Leis
* Luta pela igualdade social e caminhos de ilegalidade
A VIOLÊNCIA EXPLÍCITA
* O universo das drogas
— Dimensão planetária
— Violência que se manifesta em toda a socieade
* O tráfico humano
— Exploração sexual e trabalho escravo
— Principalmente onde não há emprego
* A exploração sexual
— Prostituição infantil
— Discriminação da prostituição feminina
— Não condenação do lenocínio
* A violência no mundo do trabalho
— Trabalho escravo
— Trabalho infantil
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SEGURANÇA
* Políticas de Prevenção ao crime
— Prevenção primária – evitar o crime
— Prevenção secundária – reprimir o crime
— Prevenção terciária – recuperar a pessoa
* Espaço de controle social e elaboração da política
— Diagnóstico, planejamento, execução , avaliação e estrutura organizacional
— Envolvimento dos poderes públicos e da sociedade civil
* A responsabilidade da União, dos Estados e dos Municípios
— Investimento em políticas públicas e cidadania
— Cidadão: usuário de serviços e sujeito de deveres
— Segurança pública e cidadania
— SUSP – Sistema Único de Segurança Pública
— PRONASCI – Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania
* O IML e a e a Polícia Científica
— Esclarecimento de processos policiais, judiciários e administrativos
— Necessidade de independência
— Sem condicionamentos institucionais, particulares ou políticos
* Responsabilidade do Poder Público
— Encargos da União
— Órgãos da União
— Encargos dos Estados
— Órgãos dos Estados
— Encargos dos Municípios
— Órgãos dos Municípios
SISTEMA DE GARANTIA DE DIREITOS
* Promoção dos direitos humanos para garantia de segurança pública
* Programas de mediação de conflitos
* Prevenção, investigação, julgamento e prisão
* Guardas penitenciárias e prisões adequadas
* Ação policial, defesa da vida, o respeito à Lei e à dignidade humana, as diferenças culturais
SINAIS DE ESPERANÇA
* A ação solidária e proteção social
* A ação sócio-transformadora
* A ação pastoral da Igreja
— Campanhas da Fraternidade
— Formação da consciência
— Estímulo à conversão
— Superação da justiça comutativa
— Pastorais sociais
TRABALHOS EM GRUPOS
* Cada grupo deve ter um coordenador
* Cada grupo deve ter um relator que anote as respostas dos participantes, represente o grupo no plenário e entregue uma cópia das respostas na Secretaria
* O Grupo deve responder às perguntas:
* Quais os dois pontos apresentados no VER que foram mais importantes para nós?
* Quais os dois pontos da nossa realidade que não foram apresentados no VER mas devem ser considerados na CF 2009?

SEGUNDA PARTE - JULGAR

INTRODUÇÃO
* A Igreja está ligada às pessoas, à sua história e aos acontecimentos que marca a sua vida
* Iluminar a realidade
* Mostrar caminhos para que o Reino de Deus aconteça na história
ILUMINAÇÃO BÍBLICA
* Introdução
— O AT e a confiança no Senhor
— Deus salva os que nele confiam
— Fonte de segurança – o próprio Deus
* O projeto de Deus
— Deus nos criou por amor e para o amor
— Comunhão em duplo sentido
à Com Deus
à Com o próximo
— A paz (SHALOM)
* O pecado e a violência
— Pecado – fonte de violência
— Nega a ordem querida por Deus
* O profetismo diante da violência
— Deus combate o violento e o aniquila
— Denúncia das causas da violência
— Protesto contra a violência
— Maldade: causa da deteriorização humana
* A novidade do Evangelho
— Quebra a rede de ódio e de vingança
— Fazer-se criança
— Não desprezar nenhum dos pequenos
— Perdoar sempre
* A comunidade cristã
— Não havia necessitados entre eles
— Comunidades acolhedoras
— A paz é fruto de novos relacionamentos
— Força renovadora da reconciliação
* Paulo: o amor renova o mundo
— Transformar o mundo
— Renovação da mente
— Não se deixar vencer pelo mal
— O amor é a plenitude da Lei – compromisso com Deus que fundamenta o agir
— De perseguidor a instrumento de um mundo novo
FUNDAMENTOS CRISTOLÓGICOS
* Introdução
— Ação evangelizadora – centralidade de Cristo
— Pessoa e mensagem de Jesus: critérios para a Campanha da Fraternidade
* Príncipe da paz
— Enviado por Deus a todos
— Reconciliação da humanidade
— Vida marcada por sofrimento e perseguição
— Mistério da cruz
— Reconciliação como caminho para a paz
* O mistério pascal
— Cruz: expressão maior do amor vivido
— Nada para si, tudo para os outros
— Tomar a cruz de cada dia
— Ter os mesmos sentimentos de Cristo
— Amai-vos uns aos outros
* O mistério eucarístico
— Celebração da paz que vem pelo mistério pascal
— Exigências de comunhão e missão
— Reconciliação: compromisso com a misericórdia
— Força do Espírito Santo
— Realidades futuras - Vinde
* Cristo é a nossa paz
— Dou-vos a minha paz
— Batismo: configuração a Cristo
à Todos se tornem de Cristo
à Emprenho no trabalho evangelizador
à Prática da caridade
— Crisma: força para o protagonismo
— Reconciliação: experiência do amor misericordioso
A MISSÃO DA IGREJA E A PROMOÇÃO DA PAZ
* A paz contextualizada
— O mistério da Encarnação
— Convocação para a construção da paz
* A paz positiva (Medellín)
— A paz é obra da justiça
— Tarefa permanente da comunidade humana
* O poder como serviço
— Poder em vista do aperfeiçoamento do outro
— Igreja: perita em humanidade
— Igreja deve ser exemplo: Igreja samaritana
— Exigência do Serviço
CULTURA DA PAZ
* A família: lugar de segurança
— Onde o ser humano aprende a ser verdadeiramente humano
— Experiência do perdão, da partilha, da correção, do acolhimento, do amor, das alegrias e tristezas
— Desenvolvimento de uma mentalidade em favor da paz
* A caridade como critério de julgamento (misericórdia)
— Sermão da montanha – superar o ódio e a violência
— Perdão e misericórdia
— Postura de Jesus diante dos que erram
— Construção da pessoa
* Não violência ativa, objeção de consciência e desobediência civil
— Recusa a agir contra a consciência
— Não violência: agir segundo outro critérios
— Confiança em Deus
* Protagonismo histórico
— Assumir as responsabilidades atuais
— Protagonismo dos santos
— União de todas as pessoas, de todas as religiões
* Decorrências éticas
— Fundamento do agir: valores do Reino
— Critério: Evangelho
— Superação do conceito de justiça
— Misericórdia, solidariedade e desejo de superação
— Não pagar o mal com o mal
— Renunciar a toda forma de violência
* Decorrências éticas
— Não colocar a solução nas armas
— Criar novos relacionamentos
— Solidariedade com as vítimas da violência
— Respeito pela dignidade das pessoas
— Luta pela conversão pessoal e de todos
— Trabalho evangelizador
TRABALHOS EM GRUPOS
* Cada grupo deve montar uma oração sobre a segurança pública levando em consideração:
— Projeto de Deus
— Realidade local
— Palavra de Deus
— Momento penitencial
— Louvor e ação de graças
* Organizar a celebração eucarística
— G1 – Acolhida e motivação
— G2 – Ato penitencial
— G3 – Hino de Louvor
— G4 – Preces comunitárias
— G5 – Apresentação das ofertas
— G6 – Ação de Graças
— G7 – Envio

TERCEIRA PARTE - AGIR

COMPROMISSO DE TODOS
* Lutar contra as causas das situações que geram insegurança
— Centralização no econômico-financeiro
— Injustiça social
— Desvalorização da pessoa e da sua dignidade
— Pobreza, miséria, fome e exclusão social
— Educação de má qualidade
— Meios de comunicação social
— Individualismo e subjetivismo
A VIOLÊNCIA NA SUA REALIDADE PRÓXIMA
* A realidade próxima e a “normalidade”
* Organização para desenvolvimento de projetos e ações
* Parcerias
— Com entidades da sociedade civil
— Com o Poder Público
AÇÕES EDUCATIVAS
* Conscientização das famílias
* Escolas públicas e particulares
* Campanhas educacionais de conscientização a partir do Estado e da sociedade organizada
* Campanhas educacionais a partir das dioceses e das paróquias
VIOLÊNCIA NÃO SE VENCE COM VIOLÊNCIA
* Lógica do amor diante da violência
* Novos fundamentos para as relações entre as pessoas
* Importância da Evangelização
* Mostrar a ineficiência da paz negativa
BUSCA DE UM NOVO MODELO PENAL
* Mudança nos fundamentos do sistema penal
* Denúncia da desigualdade legislada
* Penas alternativas e responsabilidade social
* Comissões de Justiça e Paz e Defesa dos Direitos Humanos
* Reforma do Código Penal
* APAC
* Pastoral Carcerária
REDES SOCIAIS POPULARES
* Grupos de reflexão sobre a violência
— Em geral
— Com enfoques específicos
* Grupos de atuação
* Articulação com o Poder Público
— SUSP e PRONASCI
— Projeto Nacional sobre o Álcool
* Divulgar as Ouvidorias, Defensorias, Corregedorias, Ministério Público, Conselho de Direitos, etc.
RESPONSABILIDADE PESSOAL
* Questionamento sobre as responsabilidades e atuações pessoais
* Superação do ódio e da vingança
* Evitar tornar-se causa de violência e de insegurança
DENUNCIA DOS CRIMES NÃO CONVENCIONAIS
* Crimes contra a ética, a economia e a gestão pública
* Não são violentos, mas causam violência
* Conscientização sobre a gravidade deste tipo de crime e sua impunidade
* Comitê 9840
* Apoiar Projetos de Lei em prol da ética
* Acompanhamento do Poder Judiciário e do Tribunal de Contas
AGIR SOLIDÁRIO COM AS VÍTIMAS DA VIOLÊNCIA
* Igreja samaritana
* Servir a Jesus naqueles que sofrem
* A caridade não se limita aos cristãos
* Igreja e sociedade devem desenvolver iniciativas
* Priorizar violência doméstica e violência urbana
AÇÕES NA ÁREA DE FORMAÇÃO
* Educação voltada para a cidadania
* Produção e distribuição de subsídios
* Criar centros de formação
* Formação de leigos e leigas
* Formação na catequese, iniciação cristã e Pastoral da Juventude
* Encontro para pais
* Apoiar e fortalecer a família
* Promover a Pastoral Familiar
* Promover fóruns, seminários e congressos
* Apoiar instituições católicas
* Incentivar cursos de Pós graduação
* Incentivar teses e pesquisas científicas
* Atuar junto aos meios de comunicação social
* Criar espaços na internet
* Produzir filmes, peças publicitárias, programas de rádio e músicas
* Resgatar documentos do magistério da igreja
* Utilizar os meios de formação da Igreja
* Formação para o clero e religiosos
OUTRAS AÇÕES
* Serviços de caridade para com as vítimas da violência e seus familiares
* Acompanhar e apoiar associações
* Promover o diálogo com os Poderes Públicos
* Organizar casas de acolhida
* Pastoral de atenção integral à família
* Privilegiar o tempo quaresmal como momento propício para a conversão
* Fortalecer as pastorais sociais em geral e, em particular, a pastoral carcerária
* Articulações e parcerias
* Valorizar o diálogo ecumênico, inter-religioso e inter-cultural
* Promover atos públicos
* Constituir Comissões de Justiça e Paz e de Direitos Humanos
* Criar o dia nacional de luta por segurança
* Sugerir a instalação de um monumento pelas vítimas da violência
* Aprofundar a presença pastoral nas populações mais frágeis
* Desenvolver e difundir uma espiritualidade da não violência
* Promover dinâmicas que levem ao perdão e à reconciliação
* Lutar contra toda forma de violência e discriminação
* Denunciar e combater toda forma de trabalho escravo, de tráfico de pessoas, de exploração sexual e de violência doméstica
* Apoiar a pastoral da criança, do menor, da mulher marginalizada e os que trabalham com indígenas, quilombolas, ribeirinhos, sem-terra e sem-teto
* Apoiar os que militam na política, na economia solidária, nas comissões de direitos humanos e nas relações internacionais
* Trabalhar na prevenção ao uso de drogas
* Acompanhamento aos usuários de drogas
* Lutar pela erradicação da droga
* Denunciar a criminalidade dos narcotraficantes
* Incentivar programas de governos e entidades civis que atuam no combate às drogas
TRABALHOS EM GRUPOS
* Grupo 1: A CF e a Paróquia
* Grupo 2: A CF e as Escolas
* Grupo 3: A CF e os MCS
* Grupo 4: A CF e as Políticas Públicas
* Grupo 5: A CF e as Parcerias
* Grupo 6: A continuidade da CF

ORIENTAÇÕES PRÁTICAS

ORGANIZANDO E ANIMANDO AS CAMPANHAS
O que é uma campanha e como organizar?
— É uma atividade realizada durante um determinado período com certa intensidade
— Concentra esforços e recursos para sensibilização, informação e mobilização
* Toda campanha tem três dimensões:
— Educativa – desperta o intelecto
— Sensibilização das pessoas – mexe com o sentido, com o coração das pessoas
— Mobilização – mexe com a cabeça, com o coração e desperta para o agir
* Educativa
— Promove a disseminação de uma questão ou temática de relevância
— Visa conscientizar um maior número de pessoas
— Organizada em “idéias centrais” que são amplamente divulgadas
— Utiliza as mais diversas linguagens e formas de expressão e comunicação
— Lemas, cartazes, textos, músicas, material de rádio e tv etc.
— Sensibilização
à Atingem as pessoas para que passem a aderir fortemente a determinada causa.
à As sensibilizações variam com o tipo de campanha e com os MCS
à Na CF, o convencimento vai ocorrendo de modo processual
— Mobilização
à Busca quantidade de pessoas para participar, apoiar e contribuir com ações
à A ação decorrente expressa a consciência sobre a importância de modificar uma dada realidade
à Expressa também a adesão a uma causa e a solidariedade com o próximo
à A mobilização tem que considerar tanto a dimensão pessoal como a comunitária
— Mobilização
à Dimensão pessoal
à Expressa na mudança de comportamentos, atitudes e até de visões de mundo consciência sobre determinado aspecto da realidade
à A dimensão comunitária
à Implica na articulação e coordenação dos esforços para mudança na realidade social
* Etapas:
— Planejamento– toda campanha precisa ser preparada
— Lançamento – deve ser algo de massa.
— Desenvolvimento – realização das atividades.
— Coleta – forma concreta de solidariedade, com efeito educativo
— Continuidade – fortalece pastorais, organizações e fundos
— Avaliação – dos objetivos, dos meios e das atividades.

Boas vindas à blogosfera ao amigo Prof. Daniel Gustavo.

Este blog saúda a iniciativa do colega, companheiro e amigo, Prof. Daniel Gustavo de entrar para a blogosfera com sua página: Geografia Fluminense, blog informativo e formativo sobre Geografia Humana (http://geografiafluminense.blogspot.com). Onde de cara encontramos um excelente artigo sobre o Presidente Norte-americano Obama, intitulado "A Geografia Racial e Obama" onde postei um humilde comentário ao amigo no referido artigo que escreveu que está supracitado.
Recomendo o blog, pois acredito que enriquecerá a blogosfera e o debate de assuntos pertinentes à facticidade que todos estamos sujeitos por condição ontológica.

Bem vindo, Prof. Daniel Gustavo.

Em Dom Bosco,

Prof. Kauê Martins.

2009/02/24

Obrigado por tudo Vovó Lourdes. Que Deus te tenha em um bom lugar. Eu te AMO!

Hoje, 24/02/2009, fez 1 ano de falecimento de minha avó materna, Vovó Lourdes, que para mim e meu irmão foi muito mais que uma avó. Dizem que avó é mãe duas vezes, para nós foi muito mais do que isso. Quando meus pais se separaram, mamãe teve que lutar muito para nos dar do bom e do melhor possível. Quem nos educou e criou? Vovó. Nossa família veio de Caxeta, comunidade do interior de Campos dos Goytacazes/RJ. Na foto está a humilde casa em que a família se estruturou e onde passamos (meu irmão Vinícius e eu) boa parte da infância. Nosso sobrenome era para ser, junto ao Martins, Cabral, mas dizem minhas tias que nossa bisavó optou por mudar a tradição e deu um jeito de burlar as "normas" e convenceu bisavô Olavo Cabral em registrar diferente no cartório.
Estes dias escutei um verso muito interessante que era mais ou menos assim: “Antigamente lá em casa não tínhamos eletricidade, mas tínhamos estrelicidade”. Sim, era o tempo da lamparina, da TV em preto e branco ainda, pois os recursos eram poucos para o luxo de uma colorida, e ainda por cima era ligada à bateria. Era muito bom, comíamos frutas frescas e sem agrotóxico do próprio pé, comida feita no fogão a lenha, os vizinhos vinham para jogar bingo...
Lá tomei meu primeiro porre de vinho e vomitei muito, vovó dando broncas cuidou de mim com todo carinho que sempre teve comigo e logo lançou mão da sabedoria adquirida por anos de experiência e contato com os antecessores e preparou um remédio caseiro feito de ervas que estavam disponíveis no quintal. A “roça”, como chamávamos (e chamamos) até hoje (mesmo se tratando de uma pequena chácara, por assim dizer), era o lugar preferido de vovó, até porque lá foi onde nasceu todos da família praticamente, parto normal, na roça.
Com a morte de bisavô Olavo, as terras foram repartidas conforme a herança de cada um, mas quem tomava conta era vovó com meu padrinho Paulo, que juntos cuidaram de nós como mãe e pai, os dois foram meus padrinhos de batismo e o foram como diz a tradição: mãezinha e paizinho. Agora os dois encontram-se com Deus olhando por nós.
Quando cheguei, neste feriadão de Carnaval de 2009, na roça a primeira coisa que fiz foi entrar na velha casa e chorar, chorar muito... rezar e agradecer por tudo, tudo, tudo... Principalmente pelo AMOR que nos deram.
Sinceramente a roça não tem mais o gosto que tinha antes, pois agora falta tudo, sem a presença de vovó falta tudo.
Agora envolto de profundos sentimentos de perda (a dimensão da falha humana fala mais alto), nutro a feliz esperança de que na ressurreição estaremos um dia todos juntos novamente.
Quero findar essa homenagem póstuma declarando: Vó eu te AMO! Tenha um bom lugar junto de Deus, pois você merece. Obrigado pelo maior tesouro que nos legou: Fé, Caráter, Bondade e Coragem.

Recomendo: Sou Católico, vivo a minha fé. CNBB.

Neste feriadão de Carnaval (2009) tive a oportunidade de poder terminar uma leitura que comecei ano passado (2008): Sou Católico, vivo a minha fé, da editora CNBB. Que foi escalado ano passado para estudo dos Ministros Extraordinários da Distribuição da Sagrada Comunhão Eucarístia (MEDSC) da Diocese de Campos dos Goytacazes/RJ. Dele eu compartilho as páginas 208 - 210:

LEITURA ORANTE DA BÍBLIA

A Palavra de Deus ocupa um lugar fundamental na experiência da fé cristã. Para a oração, ela é a fonte principal. Como orar a partir da escuta da Palavra de Deus? Os passos seguintes têm o objetivo de ajudar no caminho da oração que brota da Palavra de Deus.
Antes de tudo, é importante criar um ambiente de recolhimento, uma atitude de siLêncio e de escuta da Palavra, colocando-se na presença de Deus. Inicia-se, então, com uma oração ao Espírito Santo. Esta oração pode ser cantada, sob a forma de refrãos. A seguir, três passos são fundamentais:
Ler com atenção e calma o texto bíblico escolhido ou indicado, procurando compreender o sentido de cada palavra ou frase; reler, se necessário, para entender o que o texto diz.
Meditar procurando responder o que a Palavra diz para mim ou para nós, hoje. Atualizar o sentido do texto para a vida pessoal, comunitária ou social, tendo presente a compreensão transmitida pela Igreja da passagem bíblica meditada. Pode-se escolher uma palavra ou frase para resumir e memorizar a mensagem da Palavra para a nossa vida.
Orar, considerando o que o texto meditado me leva a dizer a Deus. Trata-se de nossa resposta à Palavra, em forma de oração.
Estes passos desembocam numa atitude de contemplação e de compromisso: contemplação do mistério do amor de Deus em nossa vida, permanecendo na presença de Deus em atitude orante; compromisso de viver a mensagem da Palavra lida, meditada e rezada, com esforço sincero e confiança na graça.
A Igreja recomenda, com insistência, a frequente leitura e o estudo da Bíblia, especialmente a leitura orante da Bíblia. Nela, os católicos encontram o alimento espiritual, a luz para suas vidas e a comunhão com Deus e com a Igreja.

2009/02/22

Estréia 2009: A Família Salesiana ontem e hoje: a semente tornou-se uma árvore e a árvore, um bosque.


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ESTRÉIA 2009
150º aniversário de Fundação da Congregação Salesiana

A Família Salesiana ontem e hoje:
a semente tornou-se uma árvore e a árvore, um bosque


"O Reino dos céus é como um grão de mostarda que alguém pegou e semeou no seu campo. Embora seja a menor de todas as sementes, quando cresce, fica maior que as outras hortaliças e torna-se uma árvore, a tal ponto que os pássaros do céu, vêm fazer ninhos em seus ramos" (Mt 13,31-32).



Queridos irmãos e irmãs da Família Salesiana,

cumprimento-os com o coração de Dom Bosco, de cujo zelo e caridade pastoral nasceu a nossa Família espiritual e apostólica. Somos o fruto mais belo e fecundo da sua entrega total a Deus e da sua paixão de ver chegar à plenitude da vida em Cristo os jovens, especialmente os mais pobres, carentes e periclitantes.
Após as Estréias bem propositivas e de comprometimento dos últimos três anos, eis-me aqui a lhes propor outra ainda mais urgente, exigente e promissora. Ela tem a ver com a nossa identidade e a nossa missão. Dela depende, com efeito, uma presença mais visível na Igreja e na sociedade e uma ação mais eficaz no enfrentar os grandes desafios do mundo atual.
O ano 2009 haverá de nos ajudar a tornar sempre mais real a convicção de Dom Bosco de que a educação dos jovens exige uma grande rede de pessoas que se dediquem a eles e uma decidida sinergia de intervenções para alcançar os horizontes almejados pelos jovens e serem significativos para a sociedade. Por isso, em nome de Dom Bosco, eu lhes peço:

"Empenhemo-nos por fazer da Família Salesiana
um vasto movimento de pessoas para a salvação dos jovens"

Dois acontecimentos convergentes
São dois os acontecimentos que justificam a escolha do tema da Estréia para 2009: o 150º aniversário de fundação da Sociedade Salesiana e a preparação do bicentenário do nascimento de Dom Bosco (1815-2015). Com a celebração do primeiro, iniciamos os preparativos do segundo. Fazemo-lo a recordar o apelo de João Paulo II no Jubileu de 2000: "Toda família religiosa viverá bem o Jubileu ao retornar com pureza de coração ao espírito do Fundador".
A celebração jubilar significa, então, para nós, fidelidade renovada e criativa a Dom Bosco, à sua espiritualidade, à sua missão. Haverá um "Ano Santo salesiano", no qual somos chamados a reviver com brilho e comunicar com entusiasmo as experiências de vida, as modalidades de ação, os traços de espírito que levaram Dom Bosco e, primeira entre muitos, Madre Mazzarello à santidade.
Não posso deixar de recordar nesse sentido a experiência de Dom Bosco. Num primeiro momento, ele consagrou-se pessoalmente, de corpo e alma, à salvação dos jovens que encontrava vagando pelas ruas; em seguida, ele convidou alguns deles para partilhar do seu trabalho apostólico, dando lugar a uma espécie de primeira forma da 'Família Salesiana'. Entretanto, depois de constatar que muitos o abandonavam e de ficar sozinho ou quase, reuniu ao seu redor um grupo de jovens e educou-os para formarem com ele uma família religiosa; surgiram, então, os Salesianos; depois vieram outros grupos, estruturados em diversos níveis, mas com os mesmos objetivos apostólicos. Esse rápido aceno ao percurso 'histórico' esclarece em que consiste a Família Salesiana e a sua relação com o núcleo fundamental, os consagrados – SDB e FMA –, cujo coração e motor, como, aliás, o de toda a Família Salesiana, é a paixão do Da mihi animas, cetera tolle. Ela encerra o espírito que deve caracterizar todos os membros e grupos da Família Salesiana.
Parece-me natural que quanto mais completa for a consagração, tanto maior será a responsabilidade na animação. Esta convicção foi-nos confirmada pelo Santo Padre Bento XVI, no Discurso da Audiência aos Capitulares de 31 de março de 2008: "Dom Bosco quis que a continuidade do seu carisma na Igreja fosse garantida pela opção da vida consagrada. Ainda hoje o movimento salesiano só poderá crescer em fidelidade carismática se, no seu interior, continuar a ser um núcleo forte e vital de pessoas consagradas".

1. A Família Salesiana ontem
O 150º aniversário de fundação da Sociedade Salesiana é ocasião de refletir sobre a ideia original de Dom Bosco e a fundação concreta dos grupos originários, suscitados e cultivados por ele: Salesianos de Dom Bosco, Filhas de Maria Auxiliadora, Associação dos Cooperadores Salesianos, Associação dos Devotos de Maria Auxiliadora.
Pois bem, a partir da parábola usada por Jesus para explicar o Reino dos céus e o seu dinamismo, arrisco-me a dizer que a semente lançada por Dom Bosco cresceu até se tornar uma árvore frondosa e robusta, verdadeiro dom de Deus à Igreja e ao mundo. De fato, a Família Salesiana viveu uma autêntica primavera. Aos grupos originários, uniram-se, sob o impulso do Espírito Santo, outros grupos que, com vocações específicas, enriqueceram a comunhão e alargaram a missão salesiana.
Hoje, é evidente aos olhos de todos nós o quanto cresceu a Família, multiplicou-se o trabalho realizado e o que sonhamos, estendeu-se sem limites o campo de ação pelo bem de muitos jovens e adultos. Disso somos gratos ao Senhor e tomamos consciência da nossa grande responsabilidade, justamente porque como qualquer outra vocação, também a da Família Salesiana está a serviço da missão, em nosso caso a salvação da juventude, sobretudo a mais pobre, abandonada e periclitante.

1.1. A "semente" carismática
O espírito, a mentalidade, a experiência pastoral, a visão de mundo e de Congregação levaram Dom Bosco a algumas convicções e iniciativas análogas:
* a missão universal da Igreja de salvar o homem todo e todos os homens a ser assumida de maneira solidária. No interior dessa missão, seus filhos e seguidores devem caracterizar-se pelas prioridades em relação aos jovens, aos pobres, aos povos não evangelizados;
* a utilidade, ou melhor, a urgência e a necessidade impreterível de unir-se espiritualmente e associar-se operativamente em empreendimentos que correspondessem a essa finalidade;
* as possibilidades de o espírito concedido a ele ser vivido em diversos estados de vida e, portanto, contribuir por meio da união dos "bons" à grande missão da Igreja, inserindo-se nela com "as prioridades" salesianas;
* a fundação dos primeiros grupos, reunidos espiritualmente ao redor da experiência oratoriana como missão, estilo, método e espírito:
- com ligação distinta em relação à Congregação salesiana (núcleo original),
- com consistência associativa diversa,
- com nível diverso de empenho público "cristão" como requisito de pertença;
* a função histórica dos SDB, das FMA, dos CC.SS.

1.2 A semente sob a neve: crescimento silencioso
Estas intuições desenvolveram-se segundo a compreensão que os seguidores de Dom Bosco podiam ter no contexto de uma determinada visão e vida de Igreja. Nota-se esse desenvolvimento:
- na permanência e extensão dos grupos fundados por Dom Bosco;
- nas atualizações e revisões periódicas dos elementos organizativos e espirituais;
- no sentido das relações vitais que esses grupos mantêm entre si.
Entretanto outros grupos foram surgindo em diversos continentes com características análogas, por serem fundados por Salesianos.
Entre eles sobressai, certamente, o grupo das Voluntárias de Dom Bosco, tradução do espírito salesiano na secularidade consagrada, que era novidade também na Igreja.
As novas condições criadas pelo Concílio Vaticano II (Igreja comunhão, renovação dos Institutos de vida consagrada, retorno ao carisma original, emergência do laicato) levaram a descobrir e evidenciar o caráter de "família" carismática que a constelação de grupos surgidos podia ter e a também formular orientações operativas nesse sentido: comunicação entre os grupos, expressões de comunhão, papel animador dos Salesianos, o Reitor-Mor como referência significativa, elementos comuns da espiritualidade.
Esta nova mentalidade, contudo, ainda deve passar do papel à vida de cada grupo e de cada membro dos grupos, para que a Família Salesiana seja vivida como dimensão da própria vocação. "Sem vós, já não somos nós!".

1.3. A árvore e o bosque: desenvolvimento vigoroso
Alguns fatos acompanharam e sustentaram o desenvolvimento da Família:
* Pediu-se formalmente e foi reconhecida publicamente a pertença dos grupos surgidos após a morte de Dom Bosco. Hoje, em seu conjunto, são vinte e três os grupos oficialmente reconhecidos:
1. Sociedade de São Francisco de Sales (Salesianos de Dom Bosco)
2. Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora
3. Associação dos Salesianos Cooperadores
4. Associação de Maria Auxiliadora
5. Associação dos Ex-Alunos e das Ex-Alunas de Dom Bosco
6. Associação das Ex-Alunas e dos Ex-Alunos das Filhas de Maria Auxiliadora
7. Instituto das Voluntárias de Dom Bosco
8. Filhas dos Sagrados Corações de Jesus e de Maria
9. Salesianas Oblatas do Sagrado Coração de Jesus
10. Apóstolas da Sagrada Família
11. Irmãs da Caridade de Miyazaki
12. Irmãs Missionárias de Maria Auxiliadora
13. Filhas do Divino Salvador
14. Servas do Coração Imaculado de Maria
15. Irmãs de Jesus Adolescente
16. Associação Damas Salesianas
17. Voluntários Com Dom Bosco
18. Irmãs Catequistas de Maria Imaculada Auxiliadora
19. Filhas da Realeza de Maria Imaculada
20. Testemunhas do Ressuscitado 2000
21. Congregação de São Miguel Arcanjo
22. Congregação das Irmãs da Ressurreição
23. Congregação das Irmãs Anunciadoras do Senhor
* Surgiram ainda outros grupos, que esperam o amadurecimento das condições para serem formalmente reconhecidos como membros da Família Salesiana; entretanto, cultiva-se o terreno em que mais grupos ainda poderiam exprimir-se.
* A Família Salesiana refletiu abundantemente sobre a própria identidade (cf. ACG 358), os elementos que se referem à sua consistência e unidade, à sua organização na comunicação (cf. Carta de Comunhão e Carta da Missão).
* Cada grupo procurou robustecer-se ao se dar Estatutos ou Regulamentos de Vida, linhas-mestras para a formação dos membros, síntese da própria específica espiritualidade salesiana, e empenhar-se para melhorar a organização e encontrar caminhos e oportunidades de crescimento e desenvolvimento.
* Fez-se um esforço comum de aprofundamento das possibilidades e definição das modalidades de comunhão entre todos; válida referência disso, primeiramente foi a Carta de Comunhão e, depois, a Carta da Missão, que é preciso continuar a difundir, estudar, traduzir em fatos.

2. No terceiro milênio: o hoje e o amanhã

2.1. No caminho da comunhão
A Igreja entrou numa nova fase de comunhão, marcada pelos Sínodos continentais e da Igreja universal, pelo diálogo ecumênico, pelo movimento inter-religioso, pela solidariedade globalizada, pelo empenho na reconciliação.
São características dessa comunhão:
- a revisitação dos fundamentos,
- a maior expansão,
- a compreensão mais adequada das suas condições,
- a maior visibilidade,
- a maior eficácia apostólica e missionária,
- a sua referência à missão: "A comunhão gera comunhão e configura-se essencialmente como comunhão missionária" (ChL 32).
Embora a nossa Família seja prevalentemente apostólica, por ser família, aprofunda suas raízes necessariamente no mistério da Trindade, origem, modelo e meta de qualquer família. Ao contemplar o Deus-Amor, o Deus-Comunhão, o Deus-Família, compreendemos o significado para nós da missão ("ser sinais e portadores do amor de Deus"), da espiritualidade de comunhão, de ser família.
O Pai evoca a amplitude do coração pelo qual, membros e grupos da Família Salesiana, nos acolhemos e reconhecemos como irmãos e irmãs, homens e mulheres amados por Ele, chamados pessoalmente por Ele para trabalhar no seu campo em vista de uma única finalidade. A avareza do coração humano pode levantar barreiras, criar distâncias e separações, buscar – como entre os Apóstolos – o primeiro lugar, em detrimento do Reino. Às vezes, a produzirem efeitos semelhantes, são os nossos temores ou as nossas reservas a essa unidade com os outros. Coração, como o do Pai, significa afeto verdadeiro e profundo pelos jovens e por aqueles que gastam a vida por eles. Traduz-se em cordialidade, valorização de todos e de cada um, reconhecimento por aquilo que cada um pode e consegue dar.
O Espírito Santo indica-nos uma segunda atitude para construir família: a acolhida agradecida e alegre da diversidade. Manifestação do Espírito são as muitas línguas, os diversos carismas, os vários membros de um corpo, os bilhões de homens, cada qual plasmado singularmente como filho de Deus. O Espírito não se repete, não produz em série.
Dom Bosco foi mestre em fazer aflorar a unidade a partir da diversidade de tipos e temperamentos, de condições e capacidades. Em seu tempo, essa sensibilidade era menos presente. Hoje, porém, a diversidade constitui um desafio educativo e pastoral para a convivência humana, o testemunho eclesial e a Família Salesiana.
Diversidade significa abundância de relações, variedade de forças, fertilidade de campos e, portanto, fecundidade sem cálculo. Que incomparável oportunidade de diálogo, intercâmbio de experiências espirituais e educativas podem oferecer na Família Salesiana homens e mulheres, consagrados e seculares, sacerdotes e leigos, em sua singular condição de maridos, mulheres e filhos, jovens, adultos e idosos, operários, profissionais ou estudantes, gente de povos e culturas variadas, em força total ou na prova da doença, santos e pecadores!
A unidade entre diversos não é, certamente, um fato natural; entretanto Jesus rezou: "Que sejam um!" (cf. Jo 17,21) justamente para que tivéssemos a força de superar o instinto da auto-afirmação.
Jesus, o Senhor, o Filho que se fez nosso companheiro de viagem, que reconcilia todas as coisas, as do céu e as da terra (cf. Cl 1,20), recapitulando-as em Deus, indica-nos uma terceira atitude: a vontade de caminhar juntos na direção de um horizonte compartilhado; de nos colocarmos juntos num espaço por nada etéreo, o Reino; de formar uma comunidade reconhecível de discípulos que assumem juntos o seu mandato: "Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa-Nova a toda criatura" (Mc 16,15).
Eis as três atitudes indispensáveis para crescer em comunhão: amplitude do coração, acolhida na diversidade, vontade de caminhar juntos na direção de um horizonte compartilhado.

2.2. Comunhão na e pela missão
"A comunhão gera comunhão e configura-se essencialmente como comunhão missionária" (ChL 32). Agora, no terceiro milênio, nosso principal horizonte é exprimir, de maneira mais evidente, a comunhão na missão, levando em conta os seguintes critérios:
* De acordo com as constantes das origens e do desenvolvimento da Família Salesiana:
Um fato permaneceu constante como herança preciosa: a paixão educativa, particularmente pelos jovens mais pobres, que ajudamos a viver conscientes da própria dignidade de pessoas, do valor e das possibilidades que a vida deles tem para Deus e para o mundo.
"Da mihi animas!" É o lema de Dom Bosco que fazemos nosso! Olhamos para os jovens, para sua dimensão espiritual, e deles queremos nos ocupar a fim de despertar neles a vocação de serem filhos de Deus e ajudá-los a realizá-la, segundo o Sistema Preventivo, isto é, por meio da razão, da religião e da bondade. Isso implica desapegar-se de tudo aquilo que nos possa distrair da nossa entrega a Deus e aos jovens. Eis o significado do "cetera tolle", que é a segunda parte do nosso lema.
* Conforme as condições do mundo de hoje:
O mundo unificado pela comunicação, caracterizado pela complexidade, pelo caráter transversal de muitas "causas", pela possibilidade de redes, oferece um cenário novo para a missão cristã, promocional, educativa, juvenil.
A Família Salesiana terá a preocupação de, em conjunto, dar grandeza à própria presença na sociedade e incidência à sua ação educativa: há a questão juvenil, a vida a conservar, a pobreza em suas diversas expressões a debelar, a paz a promover, os já declarados direitos humanos a tornar reais, Jesus Cristo a ser conhecido.
* Como fruto das últimas Estréias:
As Estréias dos três últimos anos evidenciaram a emergência educativa, o trabalho em relação à família, a promoção da vida, a preferência pelos pobres, a solidariedade globalizada, a nova evangelização.
A nova fase da Família Salesiana será marcada pela caridade ardente e operosa, cheia de fantasia e generosidade, aquela caridade que fez de Dom Bosco uma imagem de Jesus Bom Pastor, reconhecível pelos jovens e pela gente humilde do seu tempo. Nós, Família Salesiana, somos chamados hoje, no século XXI, a modelar o nosso coração, pobre e às vezes também pecador, ao de Jesus em quem Deus se manifestou ao mundo como Aquele que dá a vida para que o homem seja feliz e tenha vida em abundância (cf. Jo 10,10).

2.3. Algumas exigências para continuar a caminhada
Emergem de imediato algumas exigências para continuar a caminhada de crescimento e alcançar o horizonte da comunhão na missão que nos propusemos:
- Aprofundar, para melhor entendê-lo, o possível campo comum e as características operativas da missão.
Tudo isso comporta olhar, refletir, dialogar, estudar, rezar juntos para encontrar o caminho a percorrer em espírito de comunhão. É o sinal do amor que os jovens aguardam e do qual certamente sentirão o impacto e o benefício.
- Reportar-se ao centro da espiritualidade como encorajamento à comunhão em vista da missão, conforme o tempo da Igreja e as condições da experiência religiosa atual; disso resulta a urgência da formação dos membros e o envolvimento de outros.
A santidade: esta é a fonte e a energia da qual "origina-se vasto movimento de pessoas que, de várias maneiras, trabalham para a salvação da juventude" (Const. SDB 5): a Família Salesiana. Não se pode pensar que ela possa resultar de uma organização embora perfeita ou de técnicas refinadas de agregação. Ela foi suscitada pelo Espírito e vive do Espírito.
Faço a esta Família o urgente convite de adquirir uma nova mentalidade, pensar, crer-se e agir sempre como Movimento, com intenso espírito de comunhão (concórdia), com vontade convicta de sinergia (unidade de intentos), com capacidade madura de trabalhar em rede (unidade de projetos). Dom Bosco escreveu no Regulamento dos Salesianos Cooperadores: "Julgou-se sempre necessária a união dos bons para serem de proveito recíproco no fazer o bem e manter distante o mal... As forças frágeis, quando unidas, tornam-se fortes, e se um cordão tomado sozinho rompe-se facilmente, é muito difícil romper três deles unidos. Forças frágeis, unidas, tornam-se fortes: "Vis unita fortior, funiculus triplex diffcile rumpitur". Jamais nos poderemos esquecer que fomos fundados por Dom Bosco, Santo da caridade social (cf. Deus Caristas Est, n. 40), que estava consciente, porém, de que o trabalho educativo-pastoral precisa de uma caridade cooperativa, pela qual o Espírito Santo suscita carismas.
- Garantir a capacidade autônoma dos grupos quanto ao próprio desenvolvimento, à formação dos seus sócios, às iniciativas apostólicas.
- Entender e experimentar formas ágeis de colaboração: "pensar globalmente, agir localmente".
- Aprofundar a experiência salesiana que se realiza na condição laical.

3. Diretrizes para o futuro

O fruto desta Estréia deve ser, então, o esforço conjunto mais visível e também mais concreto na linha da missão.
São muitas as propostas a avaliar, levando-se em conta o desenvolvimento da vida e de certas prioridades. A isso miram a Carta de Comunhão e a Carta da Missão da Família Salesiana. Enquanto a primeira esclarece o nosso DNA comum, os elementos que caracterizam a nossa identidade carismática salesiana, a segunda representa uma declaração de intenções e de orientações. O objetivo de ambas é, em primeiro lugar, criar consciência, formar mentalidade, fazer com que surja a "cultura da Família Salesiana". Ambas devem levar todo componente dos diversos grupos a perceber que, sem os outros, não é o que precisa ser e, conseqüentemente, deve produzir sinergias variadas, múltiplas, nem todas institucionalizadas. Espero que o fruto desta Estréia possa ser a Carta da Espiritualidade, da qual já falei muitas vezes. A espiritualidade é a motivação de fundo e o dinamismo mais poderoso do empenho de cada componente da Família Salesiana, aquela que pode garantir maior eficácia e incidência na ação educativa e evangelizadora.

As sinergias na missão
A referência à Carta de Comunhão e à Carta da Missão oferece-nos a oportunidade de refletir sobre as possíveis condições de sinergias na missão. Devemos ter presente, primeiramente, que já temos uma missão comum e a estamos realizando. É a missão suscitada e articulada pelo Espírito em diferentes serviços e iniciativas, em diferentes modalidades de intervenção, mas em convergência de objetivos, conteúdos e métodos, como se lê em todas as constituições, regulamentos ou estatutos dos diversos grupos. Isso foi obra do Espírito Santo, quando fez brotar e crescer do tronco salesiano um novo ramo com algumas das suas características específicas. O que nos deve levar a entender que a primeira condição para a comunhão e a missão comum é que cada grupo realize, com o maior esforço possível, a própria vocação e missão, que lhes infunda vitalidade contínua com fidelidade e criatividade. O Espírito articulou-nos em homens e mulheres, consagrados e leigos, presentes entre a juventude, os doentes, os povos a evangelizar etc. Se cada grupo realizar essa finalidade, com o espírito e os objetivos declarados no próprio estatuto e coerentes com a espiritualidade salesiana, já teremos realizada a missão salesiana.
A primeira grande ajuda e a melhor realização da Carta de Comunhão e da Carta da Missão é, pois, a consciência da complementaridade a serviço de uma grande missão, à qual devem seguir a abertura e a disponibilidade de apoiar e sustentar a missão comum da parte de cada grupo.
Nossos tempos permitem e exigem, todavia, novas expressões da missão comum. Há, atualmente, como sublinhamos nas Estréias dos últimos anos, causas transversais (como a família, a vida, a educação, os direitos dos menores, o problema da paz, a questão da mulher, a salvaguarda da criação) que nos podem ver empenhados em conjunto. Há, sobretudo, a solidariedade global, que se vai exprimindo em diversas formas e está em busca de adesões, declarações públicas, pressões sobre os organismos que orientam a vida das nações e do mundo. E há, ainda, novas possibilidades de coligação em rede e de comunicação; isso leva a várias formas de intervenção e a ativar sinergias que, antes, não eram possíveis. Queremos fazer frutificar as possibilidades ainda inexploradas na missão salesiana e colher as oportunidades que nos são oferecidas pelo nosso tempo, fazendo convergir capacidades adquiridas e criatividade inovadora.
Estou convencido de que a Família Salesiana apresentar-se-á com credibilidade na Igreja e será pastoral, espiritual e vocacionalmente fecunda para os jovens se conseguir trabalhar por eles em comunhão, qual verdadeiro Movimento. Não nos devemos esquecer de que o Movimento caracteriza-se por algumas idéias-força e um espírito comum. Mais do que num estatuto, é num espírito e numa práxis que se encontram e para os quais convergem os membros dos diversos grupos de um movimento. Trata-se de uma adesão mais vital do que formal! A partir desta perspectiva, o Movimento Salesiano é muito maior do que a Família Salesiana por incluir os próprios jovens, os pais de nossos destinatários, os colaboradores, os voluntários, os simpatizantes da obra salesiana, os benfeitores, também os não cristãos, como acontece em muitas partes do mundo, especialmente na Ásia, mas não só. São pessoas que participam parcialmente da missão ou do carisma salesiano. São eles os "Amigos de Dom Bosco". É no interior desse grande Movimento que a Família Salesiana está como núcleo animador.

Os recursos
Quais os recursos com que podemos contar?
· Primeiramente, visamos à formação das pessoas e ao reforço das comunidades ou grupos.
· Mas precisamos, também, da elaboração e aquisição de uma cultura ou mentalidade carismática comum, e para isso devem servir a Carta de Comunhão e a Carta da Missão.
· O apoio organizativo é certamente útil, ma tem um valor apenas subsidiário, e deve ser adequado às exigências e situações concretas.
Continuamos a crer, então, que a Família Salesiana é, ainda hoje, antes de tudo, uma realidade carismática, cujos grandes recursos são o Espírito e a criatividade; tudo isso apoiado numa suficiente estrutura organizativa.
Quanto à missão, ainda há outro aspecto a sublinhar. Dizemo-nos corresponsáveis na missão. Devemos ter presente, contudo, que a missão, que se refere a vários campos (áreas, dimensões), com objetivos e espírito comuns, não implica necessariamente corresponsabilidade em todas as iniciativas ou em todos os territórios. À medida que se desce da visão do grande âmbito da missão à sua realização concreta, ver-se-á se convergem colaborações bilaterais, trilaterais, sem nos ancorarmos aprioristicamente em qualquer estrutura global que oriente preventivamente a totalidade. Convém ter um objetivo claro e seguir o curso da vida e da realidade, como repetimos no sexênio passado sobre o pensar globalmente e agir localmente, dando forte vitalidade às células, aos organismos essenciais, aos organismos intermédios e, finalmente, à estrutura última.

Alguns campos de colaboração
Os jovens
Todos nós procuramos trabalhar com o maior número de jovens com diversas iniciativas. Observamos que se vão consolidando entre os jovens, especialmente nos últimos tempos, os grupos juvenis que pretendem fazer uma caminhada de crescimento humano e de fé conforme o Sistema Preventivo que, nós o sabemos, não é só metodologia, mas também um modo de conceber os conteúdos. Neles formam-se os líderes, chamados de animadores, acompanhadores etc. Vai-se consolidando, de modo particular o Movimento Juvenil Salesiano (Articulação da Juventude Salesiana), para o qual convergem grupos juvenis nascidos e formados na Família Salesiana e que desejam fazer parte dela. É uma possibilidade oferecida a todos. Até agora, na animação do MJS/AJS há uma consistente colaboração entre Salesianos e Filhas de Maria Auxiliadora. Espero que no futuro se faça mais intensa a participação também dos Salesianos Cooperadores e dos Ex-Alunos, promovendo o MJS/AJS entre seus grupos juvenis.
Esta é, também, uma iniciativa concordada entre os ramos da Família Salesiana mais próximos entre si e mais presentes no campo juvenil. FMA e SDB têm, de fato, uma longa experiência, muitas obras e organismos de animação ativados há muito tempo. A participação, porém, está aberta a todos os outros. A participação acontece a partir de uma plataforma elaborada por ocasião de cada encontro ou acontecimento.
É útil, para os grupos juvenis, ter uma plataforma comum de formação humana, de caminhada de fé e proposta vocacional, porque tudo isso realiza a concepção educativa de Dom Bosco.
Há, então, sinergias já existentes e possibilidades de abertura a outros no Movimento Juvenil Salesiano (AJS), que sente já possuir uma consciência mundial. Ao caminhar pela Congregação, vi como a mensagem do Reitor-Mor enviada todos os anos de Turim, por ocasião da Festa de Dom Bosco, associe mundialmente os grupos presentes nos diversos continentes. Há, depois, um espaço juvenil no qual podemos educar os jovens também para as futuras sinergias e a futura solidariedade.
Demonstra-o o sucesso das Jornadas Mundiais da Juventude, que conseguem reunir, apesar das distâncias e despesas, jovens de todas as partes do mundo, pertencentes a grupos diocesanos, a grupos animados por institutos religiosos, pelos movimentos, ou simplesmente que se identificam com esse tipo de iniciativas.

A proposta vocacional
Relacionado ao tema do MJS/AJS há o da proposta vocacional, da orientação vocacional e do nosso testemunho. Sabemos que Dom Bosco, além de ter grande estima pelos leigos, exultava quando podia dar sacerdotes e consagrados à Igreja. Sendo verdade, de fato, que todos nós temos igual dignidade e igual chamado à santidade, é também verdade que existem na dinâmica temporal do reino de Deus vocações que movem particularmente a comunidade eclesial. É importante, então, que estejamos unidos também neste objetivo. Ao fazer que os nossos grupos ou os nossos jovens trilhem um caminho de formação humana e cristã, propomos-lhes o leque das vocações, evidenciando também o maior empenho da "sequela Christi" próprio de algumas vocações específicas.
A finalidade dos grupos juvenis, formados pelos ramos específicos da nossa Família, não é ter um bando de "filhotes" para a própria Associação. Nossa finalidade é a educação cristã e a orientação do jovem na vida. Precisamos saber fazer com que o apelo de Cristo chegue ao jovem, recordando que na dinâmica temporal do Reino existem vocações também de maior empenho. Precisamos ser capazes de suscitar nos jovens desejos de formação e disponibilidade, e de orientá-los para vocações de serviço e de grande significado (entre estas coloco também o voluntariado), tudo no realismo do Reino.

As Missões
A missionariedade é o terceiro campo no qual já estamos colaborando, campo que a solidariedade e cooperação atual podem alargar oferecendo novas possibilidades. Foi-se consolidando nas últimas expedições missionárias, com os religiosos, a presença de leigos solteiros, casais e até mesmo famílias inteiras. É belo sublinhar que, no interior da Família Salesiana existem grupos que incluem a missionariedade em sua mesma denominação.
A missionariedade tem, contudo, diversidade de expressões e iniciativas, especialmente em nosso tempo no qual se fala de solidariedade globalizada. Há novas possibilidades de empenho missionário. Há possibilidade de diversas formas de presença pessoal, de "gemellaggio" e de apoio à distância. Ao ver a diferença entre as diversas partes do mundo, penso no quanto seria belo se houvesse uma rede de "gemellaggios" capaz de veicular os recursos correspondentes às várias necessidades; e, onde houver forças disponíveis, estar abertos a colaborações temporárias ou definitivas. Isto fase de projeto e sucessivamente para a sua realização sinérgica.

O Boletim Salesiano
Há, ainda, um setor muito importante, no qual já estamos a colaborar: é o campo da comunicação na Igreja e na sociedade. Cada grupo tem o próprio órgão de comunicação interna, que depois difunde além do grupo. Sabem, porém, que há uma revista ou um órgão que nos representa a todos: o Boletim Salesiano. Dizemos que é um órgão para a Família Salesiana, para o Movimento Salesiano e para toda a opinião salesiana do mundo, que apresenta o ponto de vista da Família sobre as realidades que estamos a viver, e abre para o mundo uma janela sobre a realidade salesiana.
É verdade que o Boletim é gerido e levado adiante pela Congregação Salesiana. Seria supérfluo e pesado criar um grande organismo de representatividade. Vai-se dando sempre maior espaço à Família Salesiana no conselho de redação e vão-se apresentando as nossas realidades, mais do que "lotear" as páginas, o que não é oportuno. Da imagem que o Boletim consegue criar, todos nós recebemos algum benefício.

Visibilidade eclesial da presença salesiana como "Movimento"
Seria interessante agir sempre mais por meio de todas as sinergias e atuar sempre mais como Movimento tendo assim uma presença visível na realidade social e eclesial. Devemos superar dois perigos, não imaginários: de um lado, o protagonismo demasiadamente aclamado e, de outro, o absenteísmo injustificável. Mais do que uma obra de propaganda grandiosa ou afirmação declamada, deveria ser bem clara na Igreja local a nossa presença solidária com o Bispo e com os sacerdotes; deveríamos demonstrar a nossa capacidade de trabalhar por algumas causas, fazendo ver que não existimos em função de nós mesmos, mas da comunidade eclesial que, por sua vez, vive em função da salvação do mundo.

A cultura da Família Salesiana
Para que a cultura da Família, isto é, a visão e a mentalidade de trabalhar juntos passem a todos os ramos e à árvore inteira, é indispensável que os sócios de cada grupo estejam conscientes de pertencer a um vasto Movimento de pessoas, nascido do coração apostólico de Dom Bosco; e que estejam prontas para as sinergias, convergências, colaborações múltiplas, diversas, ágeis, atualizáveis. Não busquemos uma grande organização que defina ou ratifique a partir de cima o que se deve fazer, mas um vigoroso impulso de espiritualidade, capaz de vitalizar as células e os órgãos, para que eles criem depois as colaborações possíveis.
A partir desta perspectiva surge, como primeira tarefa, que todos leiam tanto a "Carta de Comunhão", quanto a "Carta da Missão". Ali se encontram as grandes ideias a transmitir e as grandes opções a fazer.
Entretanto, além do estudo desses documentos, será oportuno que os diversos grupos façam experiências de convivência, espiritualidade, fraternidade e colaboração. Essas experiências elevarão o nível de confiança recíproca e o apreço pelas possibilidades contidas no carisma e na Família Salesiana. O horizonte a alcançar é sempre passar da concórdia à comunhão de intenções, à colaboração e corresponsabilidade em projetos comuns no território social e eclesial.

4. Sugestões para a concretização da Estréia
Eis alguns passos a dar para que a Família Salesiana se torne de fato um vasto Movimento a serviço da salvação dos jovens.

1. Colaborar juntos na formação e no aprofundamento da mentalidade carismática de Família Salesiana.
Por isso nos esforçaremos para:
- que todos os grupos da Família Salesiana façam da "Carta de Comunhão" e da "Carta da Missão" objeto de estudo e aprofundamento, a fim de aumentar em todos os seus membros a cultura de Família e a consciência de Movimento;
- compartilhar as conclusões desse estudo no "Conselho" local e inspetorial da Família Salesiana, e, como conclusão, escolher algumas linhas operativas de partilha e sinergia a serviço da missão salesiana no próprio território.

2. Promover o trabalho compartilhado
Fazer um estudo em comum, entre os diversos grupos da Família Salesiana presentes no território, sobre a situação dos jovens de hoje, sobretudo ao redor dos grandes desafios da vida, da pobreza em suas diversas expressões, da evangelização, da paz, dos direitos humanos... e buscar:
- caminhos que melhorem as iniciativas já em ato, mediante uma maior colaboração e um maior trabalho em rede;
- novas iniciativas a promover com a contribuição específica dos diversos grupos presentes.

3. Um instrumento de comunhão: o Conselho local e o Conselho inspetorial da Família Salesiana
Dar mais consistência ao Conselho local e ao Conselho inspetorial da Família Salesiana, buscando a forma mais adequada de realizá-los, para que sejam não só ocasião de intercâmbio de ideias e experiências, mas, sobretudo um instrumento
- para refletir em conjunto sobre os desafios da missão no próprio território e compartilhar algumas linhas fundamentais de resposta que cada grupo se esforçará por assumir segundo as suas possibilidades;
- para buscar caminhos de colaboração ágil e bem articulada em projetos educativos e de evangelização, sobretudo a serviço dos jovens.

4. Algumas plataformas de colaboração e trabalho em rede a promover e desenvolver
- A animação do Movimento Juvenil Salesiano (Articulação da Juventude Salesiana),
* desenvolvendo nos diversos grupos juvenis animados pelos grupos da Família Salesiana o empenho de partilha e participação no Movimento Juvenil Salesiano (Articulação da Juventude Salesiana);
* envolvendo-se no acompanhamento dos grupos e dos jovens;
* compartilhando na caminhada formativa dos grupos um itinerário de educação à fé que os ajude a descobrir e assumir a própria vocação apostólica na Igreja e na sociedade.
- A animação e promoção do Voluntariado salesiano, social e missionário entre jovens e adultos, como resposta salesiana aos grandes desafios do mundo juvenil atual, em particular dos jovens mais pobres e periclitantes.
- A promoção de vocações sacerdotais, religiosas e laicais de especial empenho, a serviço da Igreja e, em particular, na Família salesiana, mediante:
* a participação nas iniciativas vocacionais promovidas na Igreja local;
* o testemunho da própria vivência como vocação e a apresentação das diversas vocações na Igreja e na sociedade, de modo especial na Família Salesiana;
* uma particular atenção e acompanhamento dos jovens, com iniciativas adequadas, em sua caminhada de casal;
* o apoio às famílias e aos pais em seu trabalho educativo, promovendo escolas de pais, grupos de casais etc.

Conclusão
Concluo com uma oração a Dom Bosco, pai carismático de toda a Família Salesiana, composta pelo P. Egídio Viganò. Parece mais do que nunca oportuna por ter um foco determinado e ser programática. E, como de costume, com uma narração ilustrativa da Estréia. São Paulo, ao falar da realidade da Igreja, faz sua a metáfora do corpo que "é um, embora tenha muitos membros, e os membros do corpo, embora sejam muitos, formam um só corpo" (1Cor 12,12). Para falar da Família Salesiana, eu preferi sublinhar a unidade, a que se refere a imagem do corpo, com a vitalidade, o dinamismo do movimento; por isso, usei a imagem do bosque, também para ser coerente com a parábola inicial da semente que se torna árvore e da árvore que se torna bosque.

Eis a oração da Família Salesiana:

São João Bosco,
Pai e mestre da juventude,
que, dócil aos dons do Espírito Santo,
deixaste à Família Salesiana
o tesouro da tua predileção
pelos "pequenos e pobres",
ensina-nos a ser
para eles, todos os dias,
sinais e portadores do amor de Deus,
cultivando em nosso espírito
os mesmos sentimentos de Cristo
Bom Pastor.
Pede para todos os membros da tua Família
um coração cheio de bondade,
constância no trabalho,
sabedoria no discernimento,
coragem para testemunhar
o sentido de Igreja e generosidade missionária.
Obtém do Senhor para nós
a graça de sermos fiéis
à aliança especial
que o Senhor fez conosco,
e faze que, guiados por Maria,
percorramos com alegria,
ao lado dos jovens,
o caminho que conduz ao amor.
Amém.

E eis a narração metafórica:

OS ABETOS
O uivo do lobo percorreu como um arrepio longo os flancos da montanha. Um cervo, que roía a erva gordurosa e tenra devido à umidade assustou-se, e partiu correndo, atravessando o bosque de pinheiros.
Os chifres imponentes do cervo tocavam levemente os ramos e batiam neles. Uma pinha grande e madura caiu de um ramo de abeto e precipitou-se pela encosta, chocou-se com uma rocha proeminente e acabou com rumor numa depressão úmida e bem exposta.
Um punhado de sementes foi lançado para fora do seu cômodo alojamento e espalhou-se pelo terreno.
"Ufa!" gritaram as sementes a uma só voz. "Aconteceu!"
"Conseguimos! Aqui não há esquilos e ratos, estamos fora de perigo".
Com entusiasmo começaram a germinar para cumprir a missão que ardia em seu pequeno coração e que é a missão de cada árvore: manter o céu ligado à terra. Por isso, as árvores colocam raízes profundas na terra e lançam ramos nodosos para o céu. Se as árvores não existissem, o céu já teria desaparecido.
As sementes começaram a aninhar-se no terreno, mas logo em seguida descobriam que o fato de serem muitas criava alguma dificuldade.
"Um pouquinho mais longe, por favor!"
"Cuidado! Você enfiou um broto no meu olho!"
E assim por diante. Em todo caso, debatendo-se e abrindo caminho, todas as sementes encontraram um lugarzinho para germinar.
Todas, menos uma.
Uma bela e robusta semente afirmou claramente as suas intenções. "Vocês parecem-me um bando de incapazes! Não tenho nada a ver com vocês. Sozinha, poderei ser uma grande árvore, nobre e imponente. Sozinha!"
Com a ajuda do vento, a semente conseguiu afastar-se dos seus irmãos e, solitária, plantou suas raízes no topo da montanha.
Depois de algumas estações, graças à neve, à chuva e ao sol tornou-se um magnífico jovem abeto que dominava o vale, onde seus irmãos, porém, tornaram-se um bosque que oferecia sombra e agradável repouso aos viajantes e aos animais da montanha.
Mesmo não faltando problemas.
"Fique parado com esses ramos! Você faz cair minhas agulhas".
"Você rouba-me o sol. Vá mais prá lá...".
"Será possível não desarranjar os meus ramos?"
O abeto solitário olhava-os irônico e soberbo. Ele tinha todo o sol e o espaço que desejava.
Certa noite de fim de agosto, porém, as estrelas e a lua desapareceram sob uma cavalgada de nuvens imensas e ameaçadoras. Sibilando e agitando-se, o vento descarregou uma série de rajadas sempre mais violentas, até que se abateu sobre a montanha uma devastadora tempestade.
Os abetos do bosque juntaram-se uns aos outros, tremendo, mas protegendo-se e sustentando-se mutuamente.
Quando a tempestade se aplacou, os abetos estavam extenuados pela longa luta, mas a salvo.
Do soberbo abeto solitário não restava senão um tronco desfeito e melancólico no cimo da montanha.
Na primavera sucessiva, os raios do sol acariciavam dezenas de tenros brotos que a brisa da tarde embalava emocionada. Entre os ramos dos abetos muitos pássaro e esquilos encontraram refúgio e superaram o inverno e, ao pé dos robustos troncos, cresciam plantas e flores de mil cores.
Era o presente que, sem desejá-lo, o vento e a chuva da tempestade tinham dado à montanha.

Caríssimos irmãos e irmãs, amigos todos, desejo-lhes um ano 2009 rico de graças e confio-lhes a missão de fazer realmente da Família Salesiana um vasto e solidário movimento de pessoas para a salvação dos jovens.
Com afeto, em Dom Bosco,

P. Pascual Chávez Villanueva
Reitor-Mor
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150 anos de Congregação Salesiana no Mundo. Viva Dom Bosco!

Recolhemos do site oficial da Congregação Salesiana na Itália informações e textos interessantes sobre os 150 anos da Congregação (http://www.sdb.org/SDBWEB/index.asp?Lingua=5&VaiHP=on&MyURL=/PR/SottoSezioni/_5_9_16_.asp).
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ATO DE FUNDAÇÃO DA CONGREGAÇÃO SALESIANA
Turim, 18 de dezembro de 1859
Ata da reunião
Texto crítico preparado pelo Instituto Histórico Salesiano

No Nome de Nosso Senhor Jesus Cristo
Amém

1859. No ano do Senhor de mil oitocentos e cinquenta e nove, em dezoito de Dezembro, neste Oratório di S. Francisco di Sales, no aposento do Sacerdote João Bosco, às 9 horas da noite, se reuniam, ele, o Sacerdote Vitório Alasonatti, os clérigos Ângelo Savio - Diácono, - Miguel Rua - Subdiácono, - João Cagliero, João Batista Francesia, Francisco Provera, Carlos Ghivarello, José Lazzero, João Bonetti, João Anfossi, Luís Marcellino, Francisco Cerruti, Celestino Durando, Segundo Pettiva, Antônio Rovetto, César José Bongiovanni, o jovem Luís Chiapale, todos com o escopo e em um só espírito de promover e conservar o espírito de verdadeira caridade que se requer na obra dos Oratórios para a juventude abandonada e periclitante, a qual nestes tempos calamitosos é de mil maneiras seduzida, com prejuízo da sociedade, e precipitada na impiedade e na irreligião.
Aprouve, portanto, aos mesmos Congregados erigir-se em Sociedade ou Congregação que, tendo em mira a ajuda recíproca para a própria santificação, se propusesse promover a glória de Deus e a salvação das almas especialmente das mais necessitadas de instrução e de educação e aprovado de comum acordo o projeto proposto, feita breve oração e invocadas as luzes do Espírito Santo, procediam à eleição dos Membros que deviam constituir a direção da sociedade para esta e para novas Congregações, se aprouver a Deus favorecer seu desenvolvimento.
Pediram, portanto, unanimemente que Ele, iniciador e promotor, aceitasse o cargo de Superior Maior como aquele que em tudo Lhe era conveniente; o qual tendo aceito com a reserva da faculdade de nomear o prefeito, como ninguém se opôs, pronunciou que lhe parecia não se devesse remover do cargo de prefeito quem escreve, o qual exercia tal encargo até agora na casa.
Pensou-se então no modo de eleição dos outros Sócios que concorrem à Direção, e se concordou em adotar a votação com sufrágio secreto como o mais breve caminho para constituir o Conselho, o qual devia ser composto por um Diretor Espiritual, pelo Ecônomo e por três Conselheiros, em companhia dos dois já eleitos, descritos acima.
Tendo agora sido feito Secretário para este fim quem escreve, ele protesta que cumpriu fielmente o encargo │ que lhe fora confiado pela confiança comum, atribuindo o sufrágio a cada um dos Sócios à medida que era anunciado na votação; e assim resultou na eleição do Diretor Espiritual por unanimidade a escolha do Clérigo Subdiácono Miguel Rua que não se recusava a aceitar. O que se repetiu para o Ecônomo, foi eleito e reconhecido o Diácono Ângelo Savio o qual prometeu também assumir o relativo encargo.
Faltava ainda eleger os três conselheiros; como primeiro dos quais, tendo-se feito como de costume a votação foi eleito o clérigo João Cagliero. Como segundo conselheiro saiu o clérigo João Bonetti. Para o terceiro e último, tendo saído iguais os sufrágios a favor dos clérigos Carlos Ghivarello e Francisco Provera, feita outra votação a maioria resultou para o clérigo Ghivarello, e assim foi definitivamente constituído o corpo de administração para a nossa Sociedade.
O qual fato, como veio complexivamente exposto até aqui, foi lido em plena reunião de todos os acima mencionados Sócios e superiores por agora nomeados, os quais uma vez reconhecida a sua veracidade, concordes fixaram que se conservasse esse original, o qual para a autenticidade assinaram o Superior Maior e como Secretário

Sac. Bosco Gio.
Alasonatti Vittorio Sac. Prefeito

(trad.: A.S.Ferreira)
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DIREZIONE GENERALE OPERE DON BOSCO
Via della Pisana 1111 - 00163 Roma
Il Rettor Maggiore
08.0459
Roma, 24 de junho de 2008
Natividade de São João Batista

Aos Irmãos salesianos
da Congregação

Objeto: Sesquicentenário de fundação da Congregação salesiana

Caríssimos Irmãos,


apenas encerrado o Capítulo Geral 26, que foi um verdadeiro Pentecostes para todos nós, eis-nos a viver e a celebrar um novo evento de graça: o Sesquicentenário de fundação da Congregação salesiana por Dom Bosco.
Na noite de 18 de dezembro 1859, no Oratório de São Francisco, nos aposentos de Dom Bosco, reúnem-se alguns jovens com a finalidade de “promover e conservar o espírito de verdadeira caridade que se requer na obra dos Oratórios para a juventude abandonada e periclitante”: assim escreve o P. Alasonatti na ata daquele encontro. Lê-se ainda na mesma ata: “Aprouve portanto aos Congregados erigir-se em Sociedade ou Congregação, a qual, tendo como finalidade ajudar-se mutuamente para alcançar a própria santificação, se propusessem promover a glória de Deus e a salvação das almas, especialmente das mais necessitadas de instrução e de educação”.

O ano de 1859 é portanto o ano do nascimento da nossa Congregação. Desejo, por isso, propor a todos os Irmãos viverem o ano de 2009 como um ano de graça, recordando de onde vimos, quem somos e para onde vamos. Com esta celebração da nossa identidade carismática inicia também a peregrinação da urna de Dom Bosco por todas as Regiões da nossa Congregação e se abre deste modo a preparação para o bicentenário do seu nascimento em 2015.

Este acontecimento será vivido por todos nós como uma caminhada espiritual e pastoral, que iniciará com a solenidade de Dom Bosco, no dia 31 de janeiro de 2009, terá momentos salientes no dia 24 de junho, dia do seu onomástico, e no dia 16 de agosto, dia do seu nascimento, e culminará no dia 18 de dezembro de 2009 com a renovação da profissão por parte de todos nós, salesianos. Especial agradecimento a Maria será expresso no dia 25 de maio, solenidade da Auxiliadora. É-nos oferecido desta maneira “re-partir de Dom Bosco”, Fundador da nossa Congregação, da Família Salesiana e do vasto Movimento Salesiano.

Trata-se de tomar consciência da nossa identidade de pessoas consagradas, devotadas ao primado de Deus, à seqüela de Jesus Cristo obediente, pobre e casto, plenamente disponíveis ao Espírito, e justamente por isso totalmente dedicadas aos jovens. É uma identidade de se viver com alegria e manifestar visivelmente no fervor evangelizante, no amor pela salvação das almas, no ímpeto pastoral, que se inspiram no programa de vida de Dom Bosco: “Da mihi animas, cetera tolle”. A nossa identidade se deve portanto manifestar no fogo da paixão apostólica.

Durante o ano de 2009 acharemos tempo e modos para aprofundar, meditar e rezar as Constituições. Elas nos indicam a via da fidelidade ao carisma de Dom Bosco e à nossa vocação. Se no decorrer do ano tivermos refeito e redescoberto os empenhos de santificação traçados pela nossa Regra de vida, então a renovação da profissão de 18 de dezembro será o fruto de uma caminhada de conversão e o ponto de partida para uma renovada entrega de nossa vida a Deus pelos jovens. Dever-se-ão valorizar especialmente a preparação e a celebração da profissão perpétua deste ano. Dedicar-nos-emos também ao estudo do documento do CG26 para conhecer-lhe a letra e assumir-lhe o espírito. O documento capitular é o semblante da Congregação hoje.

Desde o início constituíram a Congregação salesiana aqueles jovens do oratório, que se tinham deixado envolver pela paixão apostólica de Dom Bosco e pelo seu programa de vida. O ano de 2009 pede-nos racontemos aos jovens a história dos inícios da Congregação de que eles foram “co-fundadores” com Dom Bosco, e pede-nos outrossim envolvê-los cada vez mais no empenho apostólico pela salvação de outros jovens. O envolvimento apostólico dos jovens é o terreno natural em que cresce a vocação consagrada salesiana. São tantos os jovens no mundo que, partindo do empenho apostólico, se deixam também hoje fascinar por essa vocação. Tenhamos a coragem de propor-lhes a esses jovens a vocação consagrada salesiana! Faço votos por que este sexênio, a partir desta ocorrência do Sesquicentenário da nossa Sociedade, seja realmente um período de grande fecundidade vocacional.

A Estréia para 2009 nos estimula a considerar a nossa tarefa na Família Salesiana. Nascidos há 150 anos como Congregação, temos a consciência de que o nosso Pai não pensou somente em nós, mas desde sempre desejou criar um “vasto movimento de pessoas que, de várias maneiras, trabalham para a salvação da juventude” (C 5). Nele e na Família Salesiana temos especiais responsabilidades. Fomos pensados como evangelizadores dos jovens e como animadores de uma família carismática.

Desde agora nos caminhos formativos e espirituais, pessoais, comunitários e inspetoriais, poder-se-ão ter presentes estas especiais indicações. Constituí para isso uma Comissão, coordenada pelo Conselheiro para a formação: ela vos oferecerá nos próximos meses alguns subsídios a respeito.

O Espírito de Cristo nos anime neste caminhar; N. Sra. Auxiliadora nos sustente com a sua solicitude materna; Dom Bosco seja nosso modelo e intercessor.

Cordialmente no Senhor,


Don Pascual Chávez Villanueva
Rettor Maggiore
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DIREÇÃO GERAL OBRAS DE DOM BOSCO
Via della Pisana 1111 - 00163 Roma
O Conselheiro Geral para a Formação
Roma, 14 de julho de 2008
Prot. 08/0522

Aos
Senhores Inspetores e
Delegados inspetoriais de formação
em suas Sedes

Assunto: Sugestões para o 150° aniversário de fundação da Congregação

Caríssimos Inspetores e Delegados,

após a carta enviada aos irmãos no dia 24 de junho sobre o sesquicentenário de fundação da Congregação, o Reitor-Mor pediu-me para oferecer às Inspetorias algumas sugestões de como viver esse acontecimento. Reuni-me, então, com um grupo de trabalho formado pelos seguintes irmãos: P. Andrea Bozzolo, P. Guido Errico, P Guido Novella e P. Daniel Federspiel. Juntos, preparamos as propostas que lhes apresento.
Este ano e o próximo caracterizam-se por alguns acontecimentos: a transmissão do Capítulo Geral 26, os 150 anos da fundação da Congregação, a Estréia que convida a Família Salesiana a crescer como movimento espiritual e apostólico empenhado na salvação dos jovens. O período 2008-2009, com os acontecimentos que o caracterizam já constitui a primeira etapa da preparação ao bicentenário do nascimento de Dom Bosco em 2015. Neste período, com toda a Igreja, vivemos também o bimilenário do nascimento de São Paulo.
Não fomos nós que programamos esses acontecimentos; como dom, eles nos são oferecidos pelas circunstâncias, pela vida, pela história e, em definitivo, pelo Espírito. A nós, pede-se que os reconheçamos, acolhamos e valorizemos, para que se tornem momentos de graça. Eles envolvem o irmão e a comunidade salesiana, os jovens e os leigos das comunidades educativo-pastorais, o Movimento Juvenil, a Família Salesiana. É importante, por isso, que na Inspetoria, o Delegado para a formação, o Delegado para a pastoral juvenil, o Delegado para a Família Salesiana com o Inspetor procurem estudar o modo de harmonizar caminhos e iniciativas.
As sugestões que seguem aludem à programação formativa da comunidade e da Inspetoria e a programação educativo-pastoral; elas referem-se aos 150 anos da fundação da Congregação salesiana. Sugestões para assimilação do CG26 e para a aplicação da Estréia 2009 já foram apresentadas alhures. Cabe à Inspetoria assumir o que pode ser útil, evitar a multiplicação de propostas, unificar o que for fragmentário.
1. Celebrações significativas

Ao acolher o convite do Reitor-Mor para fazer de 2009 "o ponto de partida de uma renovada oferta da nossa vida a Deus pelos jovens", sugere-se, antes de tudo, que se acentuem algumas festas salesianas. O ano inicia em 31 de janeiro e conclui-se em 18 de dezembro com a renovação da Profissão. É possível, ainda, valorizar a festa de S. Domingos Sávio, a solenidade de Maria Auxiliadora, a solenidade do nascimento de S. João Batista, o dia do nascimento de Dom Bosco, 16 de agosto. A Inspetoria e as comunidades saibam programar modalidades concretas para celebrar cada uma dessas festas.

31 de janeiro de 2009 – São João Bosco (conversão pessoal)
Caminho de conversão e oferta renovada de si a Deus e aos jovens

Entre as iniciativas propostas para esta festa, em nível de comunidade salesiana, será oportuno evidenciar a dimensão da conversão pessoal, sublinhada no primeiro núcleo do CG26. Será importante, para a comunidade educativo-pastoral e para a Família Salesiana, anunciar que neste ano se recorda o nascimento da Congregação. Se o texto do Capítulo ainda não tivesse sido entregue oficialmente, pode ser feito nessa ocasião. No tríduo da festa, podem ser utilizadas as celebrações preparadas no subsídio CD para a transmissão do núcleo 1 e a outra preparada para a entrega do documento capitular.

6 de maio – S. Domingos Sávio (protagonismo apostólico dos jovens)
Os jovens co-fundadores com Dom Bosco

Estamos habituados, na missão salesiana, a olhar para os jovens como destinatários. A celebração dos 150 anos da fundação da Congregação pede-nos para redescobrirmos os jovens como co-fundadores e, portanto, protagonistas do carisma de Dom Bosco. A festa de S. Domingos Sávio é uma ocasião para tornar evidente o envolvimento dos jovens na missão salesiana e na evangelização de seus coetâneos. Eles são convidados a "fazer o bem aos próprios colegas".

25 de maio – Maria Auxiliadora (entrega a Maria)
Reconhecimento humilde por sermos acompanhados pela presença de Maria mãe e mestra

Nem sempre vivemos conscientes da presença de Maria em nossa Congregação e na vida salesiana; como diz-nos Dom Bosco, "foi Ela quem tudo fez". É oportuno, pois, despertar em nós e em nossa atividade pastoral o auxílio de Maria. Esta é a festa da Família Salesiana, reconhecida a Maria, inspiradora e fundadora (cf. Const. 1). Em 2009, o dia 24 de maio coincide com um domingo do tempo pascal; por isso, a liturgia de Maria Auxiliadora é celebrada no dia 25 de maio.

24 de junho – Nascimento de S. João Batista ( reconhecimento ao sucessor de Dom Bosco)
Uma família ao redor do sucessor de Dom Bosco

Na família, o dia do onomástico de um membro evidencia as relações afetivas que ligam os componentes. Em 24 de junho, celebrava-se em Valdocco o onomástico de Dom Bosco e a festa do reconhecimento; é o momento tradicional para nos sentirmos família que cultiva relações de filhos para com o pai, fraternidade calorosa entre nós, união pela missão, projeto comum pelos jovens. Encontraremos nessa ocasião o modo de expressar a nossa lembrança afetuosa e orante pelo Reitor-Mor, sucessor de Dom Bosco e centro de unidade da Família Salesiana.

16 de agosto – Nascimento de Dom Bosco (dom da vida)
A vida como dom de Deus e dom de nós mesmos

Com a recordação do nascimento de Dom Bosco, redescobrimos o dom da nossa vida: um dom recebido com gratidão, que se torna dom de si, empenho de santificação, caminho vocacional, felicidade, plenitude de vida. No "caminho que conduz ao amor" testemunhamos ao nosso redor o entusiasmo e a alegria da santidade cotidiana e do dom total de nós mesmos a Deus pelos jovens.

18 de dezembro – Fundação da Congregação (empenho na vocação salesiana)
Entusiastas e co-responsáveis em continuar a vocação de Dom Bosco pelos jovens

É o cume do itinerário iniciado. Nesse dia, em toda a Congregação, os irmãos renovam a fidelidade ao chamado de Deus no seguimento de Dom Bosco, entregando-se a si mesmos na missão juvenil, na vida fraterna, na seqüela radical de Cristo obediente, pobre e casto. Algumas orientações para a celebração poderão ser encontradas nos subsídios.

2. Caminhada da comunidade salesiana

Quaresma 2009

Para todo cristão, a Quaresma é um tempo privilegiado de renovação interior e de conversão, na redescoberta da graça do Batismo e no compromisso de viver segundo a própria vocação. Para nós, a Quaresma 2009 pode ser, antes de tudo, ocasião de traduzir em ações uma das sugestões do CG26, ou seja, o convite ao contato mais freqüente com as Constituições.
Já por ocasião da festa de 31 de janeiro de 2009, o livro das Constituições, eventualmente impresso num formato maior, poderá ser exposto na capela comunitária, sob o quadro ou a estátua de Dom Bosco, como sinal exterior da maior atenção que a comunidade entende reservar a esse "testamento vivo" do nosso Fundador.
Durante a Quaresma, é oportuno que se faça a leitura diária de algum artigo da Regra, na maneira que a comunidade achar mais conveniente; por exemplo: no início da meditação ou no momento da oração da tarde ou ainda no início das refeições. Para um conhecimento mais profundo, poderia ser útil retomar os seus conteúdos no boa-noite ou numa conferência comunitária, valorizando o texto do Comentário oficial e as orações que são colocadas no final de cada artigo. O contato cotidiano com as Constituições será também compromisso pessoal de cada um.
Sugere-se, ainda, no tempo da meditação, o convite à lectio divina pessoal, a partir das leituras da liturgia do dia ou da leitura continuada de alguma carta de S. Paulo.
Por ocasião dos retiros mensais de fevereiro e março, a comunidade poderá aprofundar a espiritualidade do "da mihi animas, cetera tolle" mediante a lectio divina de dois textos de S. Paulo, nos quais o Apóstolo trata da urgência de evangelizar (2Cor 4,1-6) e das tribulações ligadas ao ministério pastoral (2Cor 4,7-12). As duas páginas podem ser atualizadas fazendo referência aos núcleos II e IV do documento do CG26. Nessas ocasiões, podem ser valorizadas as celebrações da liturgia da Palavra e da Adoração eucarística, apresentadas no CD do CG26, relativas aos núcleos II e IV.
O itinerário quaresmal de conversão poderá culminar numa celebração penitencial comunitária, na qual os irmãos serão convidados a pedir perdão a Deus pelas infidelidades vocacionais e a, juntos, invocarem o dom de uma maior coerência com a nossa Regra da vida. Oferece-se um esquema celebrativo dessa celebração penitencial.
Advento 2009

O tempo de Advento será marcado pela celebração do dia 18 de dezembro, na qual cada salesiano viverá a experiência da renovação da Profissão religiosa. Vista a particularidade do tempo litúrgico, sugere-se que se valorize a novena da Imaculada dando atenção ao Eis-me de Maria diante do chamado de Deus, à resposta positiva de Dom Bosco depois do sonho dos nove anos e ao nosso assentimento pessoal no início de nossa vocação.
A caminhada proposta, depois do encontro com o "sim" de Maria e com o de Dom Bosco, tem em vista tornar cada irmão responsável do dom da própria vocação e partícipe da dos demais salesianos da comunidade. Sugere-se que o irmão faça memória, quem sabe por escrito, das origens da própria vocação na forma de uma narração ou de uma "carta a Dom Bosco" ou da recordação de um salesiano decisivo na opção vocacional. Com a oração a Dom Bosco cada um, enfim, será chamado a agradecer ao nosso Pai e Fundador.
No tempo da meditação, durante a novena, poder-se-á usar os primeiros 10 minutos para uma leitura do trecho proposto e para a apresentação de alguns pontos de reflexão, deixando depois o tempo restante ao silêncio pessoal. Convém que todos os irmãos tenham cópia do texto de referência.
Os dias da novena podem ter a seguinte articulação:
- Domingo 29 de novembro: Iº do Advento – Vésperas e Adoração Eucarística
- 2ª feira 30 de novembro: lectio divina sobre Lc 1,26-28 – "A Anunciação" I
- 3ª feira 1º de dezembro: lectio divina sobre Lc 1,29-33 – "A Anunciação" II
- 4ª feira 2 de dezembro: lectio divina sobre Lc 1,34-38 – "A Anunciação" III
- 5ª feira 3 de dezembro: leitura meditada da narração do "sonho dos nove anos" I
- 6ª feira 4 de dezembro: leitura meditada da narração do "sonho dos nove anos" II
- Sábado 5 de dezembro: B. Rinaldi: cada irmão recorda ou escreve os inícios da própria vocação
- Domingo 6 de dezembro: IIº do Advento – Vésperas e Adoração Eucarística
- 2ª feira 7 de dezembro: cada irmão reza ou escreve a sua oração a Dom Bosco
Nos dias seguintes à Solenidade da Imaculada, como preparação imediata ao dia 18 de dezembro, a comunidade local pode prever ao menos um encontro de partilha no qual cada salesiano terá a possibilidade de falar da própria história vocacional, propondo ou lendo aos outros salesianos a recordação da própria vocação e a oração a Dom Bosco, amadurecidas nos dias anteriores.

3. Envolvimento dos jovens

O Reitor-Mor, neste 150º aniversário e em coerência com o terceiro núcleo temático do CG26 "necessidade de convocar", pede-nos que contemos aos jovens a história dos inícios da Congregação da qual eles foram "co-fundadores" com Dom Bosco; que os envolvamos na ação apostólica com a mesma paixão do "da mihi animas"; que lhes proponhamos a vocação consagrada salesiana em suas duas formas.
Sugere-se às comunidades educativo-pastorais que anunciem aos jovens a história do nascimento da Congregação salesiana, surgida por ação do Espírito Santo, com a intervenção materna de Maria, com a colaboração de Dom Bosco com os jovens. As festas dos jovens, que se realizam nas Inspetorias, podem ser ocasião para contar esses inícios carismáticos. Favoreça-se também um encontro de escuta, comunicação e diálogo dos jovens com a comunidade salesiana sobre as expectativas, opiniões e sugestões que nutrem em relação à Congregação.
Sugere-se, ainda, às comunidades educativas, que favoreçam ações e trabalhos apostólicos nos quais os jovens sejam protagonistas na evangelização de seus coetâneos. Incrementem-se grupos ou associações de trabalho apostólico, inspirados na espiritualidade do "da mihi animas". Valorize-se a festa de S. Domingos Sávio, sobretudo para os meninos e jovens empenhados apostolicamente. O confronto no Movimento Juvenil Salesiano ajude a desenvolver o compromisso apostólico.
A comunidade salesiana encontre momentos de comunicação da história vocacional dos irmãos, sobretudo com os jovens empenhados na ação apostólica e disponíveis à busca vocacional. Envolva jovens, leigos e famílias na oração pelas vocações de especial consagração. Ofereça aos jovens experiências de partilha da própria vida comunitária. Inicie ou continue a reflexão sobre as modalidades de animação vocacional local e sobre a comunidade de aspirantado.

4. Partilha com os leigos

"O espírito, a mentalidade e a experiência pastoral levaram Dom Bosco a amadurecer algumas convicções: a possibilidade de o espírito salesiano ser vivido em diversos estados de vida e, portanto, contribuir por meio da união dos 'bons' à grande missão da Igreja; a fundação dos primeiros grupos, aglutinados ao redor da experiência oratoriana, com ligação diversa, com consistência associativa diversa, com requisitos diversos de pertença" (Apresentação da Estréia 2009).
O trabalho educativo-pastoral, na tradição salesiana, é um caminho de santidade. No espírito da Estréia 2009, proponha-se onde for possível um encontro de leigos co-responsáveis e mais envolvidos na missão salesiana. Em clima de fraternidade, eles sejam convidados a compartilhar a própria experiência de como vêem a missão salesiana e de como esse trabalho os enriquece. Valorizando a experiência de partilha, pode-se concluir com um momento celebrativo.
A apresentação da Estréia oferece, no número 4, algumas sugestões que podem inspirar reflexões e iniciativas para "fazer com que a Família Salesiana se torne um vasto movimento a serviço da salvação dos jovens" (Apresentação da Estréia 2009). Elas referem-se também aos leigos envolvidos na missão salesiana e nela co-responsáveis e, portanto, fazem parte do movimento salesiano; de fato, nem todos esses leigos pertencem à Família Salesiana.

5. Momentos da Inspetoria

Preparação e celebração das Profissões

Dê-se neste ano uma atenção particular à preparação da primeira Profissão, o ano de noviciado, e também às renovações e à Profissão perpétua. Em 1859 nasce a Congregação; ela renasce e cresce ainda hoje, sempre que um jovem acolhe o convite do Senhor Jesus para segui-lo na vida consagrada nos passos de Dom Bosco. A nossa vocação é a vida consagrada; ela precisa ser colocada no centro desde os primeiros passos da formação e precisa ser redescoberta por todos.
No clima cultural atual, no qual os jovens vivem a incerteza do futuro e a fragilidade na tomada de decisões, são necessárias experiências intensas, prévias ao noviciado; de aqui a importância do aspirantado e do pré-noviciado, com a finalidade de ajudar a amadurecer opções conscientes e responsáveis. A Profissão temporária não deve ser considerada, então, como uma experiência de voluntariado; trata-se da oferta de toda a própria vida a Deus pelos jovens. A fórmula para a Profissão temporária sublinha bem que ela é uma opção definitiva; de fato, o professando afirma que "tendo embora a intenção de oferecer-se" a Deus "por toda a vida", "segundo as disposições da Igreja" faz voto de ser obediente, pobre e casto por um período determinado. É preciso favorecer na Congregação uma mudança de mentalidade a respeito, porque um modo errado de entender a profissão temporária corre o risco de reforçar a provisoriedade e a fragilidade que marcam as novas gerações.
As celebrações das primeiras profissões, das renovações e das profissões perpétuas sejam vividas na Inspetoria como reconhecimento a Deus, que sempre suscita jovens generosos que pretendem dar o primado a Deus em suas vidas, colocar-se no seguimento de Cristo, viver a disponibilidade ao Espírito pelos jovens, sobretudo os mais pobres. Essas celebrações em sua simplicidade, dignidade e solenidade, devem favorecer a criação da mentalidade de uma opção por toda a vida. Ordinariamente, nas Inspetorias, as profissões sejam celebradas nos dias 31 de janeiro, 24 de maio, 16 de agosto e 8 de setembro.
Sugere-se enfim que durante a preparação para a profissão perpétua, os professandos compartilhem a própria história vocacional com os irmãos perpétuos da sua comunidade e com os irmãos que os acompanharam mais de perto durante os vários anos da caminhada formativa.

Exercícios espirituais

Os Exercícios espirituais de 2009 poderiam concentrar-se no aprofundamento das Constituições. Poder-se-ia repensar também a sua modalidade de atuação: pela manhã, poder-se-ia ter a meditação na forma de "lectio divina", e, à tarde, a instrução poderia ser concentrada nas Constituições. Os dois momentos deveriam ser unitários: a fundamentação bíblica da manhã teria depois uma tradução carismática à tarde. A oração comunitária, a leitura continuada, a reflexão e a oração pessoais poderiam ser concentradas em nossa Regra de vida.
As Constituições são o projeto de vida dos salesianos de Dom Bosco; durante os Exercícios, cada irmão seja convidado a concretizar o projeto pessoal de vida na perspectiva das Constituições. A vida consagrada é um caminho de santificação, que exige uma metodologia espiritual, sem a qual não há crescimento. O projeto pessoal de vida favorece essa metodologia; ele é a regra de vida adaptada às próprias situações "hic et nunc". Os Exercícios espirituais proponham, por isso, aos irmãos a reformulação do projeto pessoal de vida. As linhas de ação do CG26, que se referem ao empenho dos irmãos individualmente, podem fazer com que cada um assuma o perfil do salesiano que emerge das Constituições e do próprio Capítulo, e a concretizar tal projeto.

Peregrinação da urna de Dom Bosco

Já em 2009, a urna de Dom Bosco passará por algumas Inspetorias; nos anos seguintes, a urna visitará as demais Inspetorias. É um momento a ser vivido não só como evento, mas como momento de um caminho espiritual e pastoral. Em 2009, essa passagem pode ser caracterizada com a recordação dos inícios da Congregação e do Movimento salesiano, que tiveram em Dom Bosco o seu fundador. A visita da urna de Dom Bosco terá seguramente grande capacidade de convocação de jovens, famílias e leigos; poderá envolver a Igreja local e o território; deve oferecer a todos uma experiência, uma mensagem e, sobretudo, um novo reinício na própria caminhada.

6. Sinais e ações simbólicas

A celebração de 2009 poderá ser enriquecida por alguns sinais que manifestem externamente a importância dessa ocorrência e fiquem como memória da caminhada feita. As sensibilidades e as culturas são diversas; cada comunidade poderá escolher o que tem como mais útil.
Entre estes sinais pode-se valorizar o texto das Constituições, impresso num formato maior. Ele, como já indicado, poderá ser exposto na capela comunitária, utilizado cotidianamente para a leitura de algum artigo e assinado depois da renovação da Profissão em 18 de dezembro.
Far-se-á o possível para que nessa data esteja disponível um volume que recolha as principais "Fontes salesianas", como foi pedido pelo CG26, de modo que os irmãos possam ter um contato freqüente com os principais textos da nossa tradição espiritual.
Pode-se recordar e valorizar visivelmente o brasão da Congregação salesiana, com o seu lema "da mihi animas, cetera tolle". Como pode, também, ser valorizada a medalha da Primeira profissão e a cruz da Profissão perpétua.
Oferecem-se alguns exemplos de slogan que podem ser utilizados como elemento comunicativo: "Sem vós eu nada poderia ter feito" (Dom Bosco); "Eu fiz o esboço, vós fareis o colorido" (Dom Bosco), "A semente tornou-se uma árvore e a árvore, um bosque" (Reitor-Mor).
Existem subsídios de multimídia úteis para as várias iniciativas. Indicam-se, particularmente, o DVD "Veio um homem enviado por Deus, e o seu nome era João" (6') preparado por "Missões Dom Bosco" e o CD Rom "Rumo a 2015. O CG 26", preparado pelo Dicastério da Comunicação Social.
Pode-se sugerir, enfim, onde parecer oportuno, enviar um cartão de participação dos 150 anos da Congregação aos responsáveis da Igreja e da sociedade civil.

Conclusão. O acontecimento do sesquicentenário de fundação da Congregação constitui uma ocasião de aprofundamento da identidade carismática. É preciso oferecer, por isso, uma boa animação comunitária por parte do diretor, com o envolvimento dos irmãos, jovens, leigos e famílias. Com estas sugestões, encontrarão anexos os subsídios celebrativos.
Desejo-lhes que a caminhada deste ano seja fecunda e prolongue a experiência pentecostal que foi o CG26. O Espírito Santo abra a nossa mente e inflame o nosso coração.
Em Dom Bosco,
P. Francesco Cereda
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