2009/02/24

Obrigado por tudo Vovó Lourdes. Que Deus te tenha em um bom lugar. Eu te AMO!

Hoje, 24/02/2009, fez 1 ano de falecimento de minha avó materna, Vovó Lourdes, que para mim e meu irmão foi muito mais que uma avó. Dizem que avó é mãe duas vezes, para nós foi muito mais do que isso. Quando meus pais se separaram, mamãe teve que lutar muito para nos dar do bom e do melhor possível. Quem nos educou e criou? Vovó. Nossa família veio de Caxeta, comunidade do interior de Campos dos Goytacazes/RJ. Na foto está a humilde casa em que a família se estruturou e onde passamos (meu irmão Vinícius e eu) boa parte da infância. Nosso sobrenome era para ser, junto ao Martins, Cabral, mas dizem minhas tias que nossa bisavó optou por mudar a tradição e deu um jeito de burlar as "normas" e convenceu bisavô Olavo Cabral em registrar diferente no cartório.
Estes dias escutei um verso muito interessante que era mais ou menos assim: “Antigamente lá em casa não tínhamos eletricidade, mas tínhamos estrelicidade”. Sim, era o tempo da lamparina, da TV em preto e branco ainda, pois os recursos eram poucos para o luxo de uma colorida, e ainda por cima era ligada à bateria. Era muito bom, comíamos frutas frescas e sem agrotóxico do próprio pé, comida feita no fogão a lenha, os vizinhos vinham para jogar bingo...
Lá tomei meu primeiro porre de vinho e vomitei muito, vovó dando broncas cuidou de mim com todo carinho que sempre teve comigo e logo lançou mão da sabedoria adquirida por anos de experiência e contato com os antecessores e preparou um remédio caseiro feito de ervas que estavam disponíveis no quintal. A “roça”, como chamávamos (e chamamos) até hoje (mesmo se tratando de uma pequena chácara, por assim dizer), era o lugar preferido de vovó, até porque lá foi onde nasceu todos da família praticamente, parto normal, na roça.
Com a morte de bisavô Olavo, as terras foram repartidas conforme a herança de cada um, mas quem tomava conta era vovó com meu padrinho Paulo, que juntos cuidaram de nós como mãe e pai, os dois foram meus padrinhos de batismo e o foram como diz a tradição: mãezinha e paizinho. Agora os dois encontram-se com Deus olhando por nós.
Quando cheguei, neste feriadão de Carnaval de 2009, na roça a primeira coisa que fiz foi entrar na velha casa e chorar, chorar muito... rezar e agradecer por tudo, tudo, tudo... Principalmente pelo AMOR que nos deram.
Sinceramente a roça não tem mais o gosto que tinha antes, pois agora falta tudo, sem a presença de vovó falta tudo.
Agora envolto de profundos sentimentos de perda (a dimensão da falha humana fala mais alto), nutro a feliz esperança de que na ressurreição estaremos um dia todos juntos novamente.
Quero findar essa homenagem póstuma declarando: Vó eu te AMO! Tenha um bom lugar junto de Deus, pois você merece. Obrigado pelo maior tesouro que nos legou: Fé, Caráter, Bondade e Coragem.

Um comentário:

Anônimo disse...

Parabéns amigo Kauê, pela bela homenagem feita a sua avò. Feliz é aquele que sabe honrar os seus antepassados. Feliz é aquele que sabe agradecer àquele(a)s que deram sua vida para educar os netos, depois de terem educado os seus filhos. Feliz é aquele que honra os cabelos brancos da experência e a velhice, coisa que nos dias atuais é "pagar mico", porque, como está escrito, "também será honrado por seus filhos em sua velhice", quendo esta chegar.
Paulo Carneiro.